Uma nação na encruzilhada
Defender a manutenção da possibilidade de se iniciar o cumprimento da pena após condenação em segunda instância com o argumento único de que ela tornou-se um dos pilares da Operação Lava Jato é reduzir seu significado a uma visão simplista e limitada.
Sua importância para Brasil vai muito além.
Ela representa, na verdade, uma mudança crucial na trajetória pouco exemplar da nossa Justiça, habitualmente tolerante com o uso abusivo de recursos para impedir a prisão de gente rica e poderosa.
Desde que começou a ser aplicada, levando para a cadeia os empresários, políticos e agentes públicos que se uniram no esquema de corrupção montado para saquear a Petrobras, a medida revelou-se uma arma extremamente eficaz no combate à longa tradição de impunidade que mancha a história do país.
Enfim, cabe agora aos ministros do Supremo Tribunal Federal, que voltam a se reunir nesta quinta-feira (7) para concluir a votação que dará a palavra derradeira sobre o assunto, decidir se o Brasil vai fazer parte do mundo civilizado onde a lei vale para todos ou irá se consolidar definitivamente como um paraíso tropical para os ladrões de colarinho branco.
Chegou a hora da verdade.
Para o bem ou para o mal.
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