Colheita tardia
Um dinheiro dado como perdido poderá voltar para o bolso dos produtores rurais que contrataram financiamentos junto ao Banco do Brasil na década de 1990.
Como estamos falando de fatos antigos, de trinta anos atrás, vamos relembrar a história.
Para tentar debelar a crise financeira que assolava o país, o então presidente Fernando Collor de Mello lança o primeiro de seus planos mirabolantes, e sempre malsucedidos, chamado de Collor I, que determina profundas mudanças nas regras dos contratos em todos os setores da economia.
Encabeçando a lista dos maiores prejudicados pelas alterações impostas, os agricultores que haviam tomado recursos pelo sistema de crédito rural vigente à época foram obrigados a pagar suas dívidas com juros extorsivos, que saltaram para índices que variavam entre 76,6% a 84,32%, quando o correto seria 41,28%, situação que ficou ainda mais agravada pela aplicação de uma taxa irreal de inflação e fixação de preços aviltantes para os produtos agrícolas que lastreavam os empréstimos.
Em suma, depois de todos esses anos analisando ações que contestavam a fórmula, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a cobrança como indevida e mandou devolver a grana, bastando, para isso, mover processo contra o banco ou contra a própria União.
Calcula-se que deva entrar no caixa dos fazendeiros da região de Cascavel alguma coisa ao redor de 120 milhões de reais.
Por baixo.