Aulas para aprender a viver feliz
Uma das mais icônicas instituições de ensino superior dos Estados Unidos, com 300 anos de história, a Universidade Yale já teve entre seus professores e alunos mais de 60 ganhadores do prêmio Nobel em áreas como economia, física e química.
Mas o curso mais popular da atualidade na prestigiosa escola não tem relação com nenhuma dessas disciplinas.
Desde sua criação no ano passado, quem ocupa a primeira posição, reunindo 1.200 alunos presenciais e outros 350.000 na versão online, é o curso Psychology and the Good Life, algo como “A psicologia e a boa vida”.
Com dez semanas de duração, o programa ensina, basicamente, como podemos evitar algumas peças que nosso cérebro nos prega e adotar hábitos que realmente nos fazem felizes.
Dois dos principais obstáculos que impedem a conquista dessa tão almejada sensação, por exemplo, são a ansiedade e o medo provocados pela preocupação com o futuro e a exposição excessiva a comparações sociais, exacerbada pelas redes de relacionamento do mundo digital.
Como explica a psicóloga Laurie Santos, coordenadora do curso,
“sem perceber, as pessoas se colocam em uma posição de sofrimento que não condiz com a própria realidade.”
E diz mais: “Negligenciamos uma série de elementos que, naturalmente, nos fariam mais felizes. Por outro lado, buscamos coisas que nos fazem mal, como alimentos gordurosos, mas que não eram abundantes no passado”.
Laurie não tem dúvida de que “nossas intuições sobre o que gera bem-estar estão erradas. Achamos que usar um aplicativo para pedir comida ou pagar as contas vai nos deixar mais felizes. Mas quando abrimos mão de pequenas interações, como uma conversa com o caixa do banco, deixamos de socializar, o que é ruim”.
Segundo ela, o caminho que leva à felicidade, já identificado em inúmeros estudos científicos, não exige dinheiro, bens materiais ou sucesso profissional.
O segredo para alcançá-la está nas pequenas coisas da vida, nas quais não prestamos tanta atenção, como passar mais tempo com a família e com os amigos, fazer uma boa ação ou meditar.
Enfim, a lição é tão simples que nem precisa ir a Yale para aprendê-la.
Basta praticá-la.
Mãos à obra.
