Um feito histórico
Pouca gente fora do agronegócio tem a exata dimensão da importância da obtenção pelo Paraná do status de área livre de febre aftosa sem vacina, um processo que cumpriu sua fase decisiva nesta terça-feira (15) quando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o governador Carlos Massa Ratinho Junior, em solenidade no Palácio Iguaçu, assinaram o documento que pôs fim à vacinação de bovinos e bubalinos no estado.
Programada para entrar em vigor a partir do dia 31, a medida completa o conjunto de ações adotadas ao longo dos últimos meses para atender o objetivo do governo e dos setores produtivos do estado de buscar a cobiçada certificação, que, no Brasil, até então, vinha sendo um privilégio exclusivo de Santa Catarina.
Faltando agora apenas a homologação da Organização Mundial da Saúde, a ser formalizada em maio de 2021, destaco alguns pontos que vão ajudar a entender melhor a relevância do fato:
- O novo padrão sanitário vai permitir aos produtores paranaenses não apenas ampliar suas vendas, mas, também, alcançar os consumidores mais exigentes do mundo em todas as cadeias da proteína animal, mas com impacto infinitamente mais expressivo na suinocultura.
- Embora o estado já não tenha registros da doença desde 2006, cerca de 65% dos países não compram carne suína do Paraná por adotarem restrições a produtos oriundos de regiões onde os rebanhos são vacinados.
- Além de economizar 30 milhões de reais por ano com a suspensão da vacina, os produtores paranaenses terão as portas abertas para entrar na China, que lidera o consumo de carne suína no planeta.
- Abocanhando apenas 2% do mercado potencial, encabeçado por Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com qualidade sanitária atestada, o Paraná poderá dobrar as exportações de carne suína, das atuais 107 mil para 200 mil toneladas por ano.
Tudo somado e multiplicado, a emblemática conquista vai impulsionar fortemente a renda e o emprego no âmbito da suinocultura paranaense e propagar seus benefícios pelos demais setores da economia, estimando-se um incremento geral da ordem de 1,3 bilhão de reais ao ano.
Essa é uma daquelas notícias que dá gosto de publicar.