A mãe de todas as delações
Já homologada pela Justiça (o que pressupõe a existência de provas cabais dos malfeitos), acaba de vir a público na íntegra a bombástica colaboração premiada de Antonio Palocci, que descreve ao longo de 86 páginas, divididas em 39 anexos, toda a escabrosa trajetória de corrupção da trágica era do PT no comando do país.
Um pequeníssimo aperitivo do explosivo relato: além de receber altas cifras de propina através de sua empresa de “palestras” e do instituto que leva seu nome, Lula embolsava uma espécie de mesada em espécie de até 100 mil reais, repassados pela Odebrecht e pelo Banco Safra.
O documento traz também novas informações sobre as vantagens indevidas que ele teria recebido da Odebrecht e da OAS por meio do triplex no Guarujá (caso pelo qual foi condenado em três instâncias judiciais e cumpre pena de prisão em Curitiba), da reforma do sítio de Atibaia (já condenado em primeira instância), da aquisição da sede do Instituto Lula em São Paulo e de um apartamento em São Bernardo.
Mas a grande vedete das revelações é a famosa conta de 300 milhões de reais que a Odebrecht teria disponibilizado ao ex-presidente, história que ressurge agora com maior riqueza de detalhes.
Devemos sempre lembrar que Palocci não é um dedo-duro qualquer: trata-se do homem que foi o todo-poderoso ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos de Lula e Dilma e tinha a seu encargo a chefia operacional da roubalheira.
Ou seja, sua confissão equivale a encontrar marcas de batom em uma cueca.