Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento descrito em nossa Política de Privacidade.

Nau dos insensatos

Publicado por Caio Gottlieb em

Foram além de todos os limites razoáveis e aceitáveis os xingamentos e ameaças que o deputado Daniel Silveira proferiu contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, ainda que muitos deles mereçam o nosso mais veemente repúdio pelas canalhices que andam fazendo.

Por sua vez, a prisão dele decretada pelo ministro Alexandre de Morais, referendada pelos demais membros da Corte para passar um verniz de legalidade na decisão, foi um ato prepotente e arbitrário, um abuso típico das mais tirânicas autocracias.

É importante lembrar, porém, que a imunidade parlamentar existe para garantir que os representantes eleitos pelo povo não sejam perseguidos por suas opiniões e críticas, mas não vale para proteger e incentivar insultos e baixarias.

Se tolerarmos isso, logo estaremos vendo lunáticos detentores de mandato saírem por aí distribuindo socos e pontapés para resolver suas broncas, escudados na impunidade.

Faria melhor o deputado valentão (que se gaba de ter sido preso mais de 90 vezes por má conduta quando estava na PM do Rio de Janeiro) se gastasse suas energias propondo leis, e convencendo seus colegas a apoiá-las, para cassar os superpoderes que a Constituição outorgou ao STF, que é a grande raiz de todo o mal que há anos assola o Brasil.

De resto, ao aprovar pela maioria maciça de 364 votos contra 140 a manutenção do parlamentar atrás das grades, a Câmara dos Deputados deixou claro que a briga não é dela e não vai ficar passando a mão na cabeça de paranoicos que afrontam as instituições, colocam em risco a estabilidade política do país e depois se refugiam na barra de suas saias para pedir socorro.

Aliás, ao mesmo tempo em que seus ídolos o aclamavam nas redes sociais como “herói” pelos impropérios que vociferou (sem qualquer efeito prático) contra o STF, o parlamentar fanfarrão admitia que havia se excedido e humildemente pedia desculpas pelas ofensas.

Moral da história: a língua é o chicote da bunda.

(Leia e compartilhe outras postagens acessando o site: caiogottlieb.jor.br)

Categorias:

1 comentário

Nilso Rafagnin · 21/02/2021 às 01:12

O Supremo é o Povo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *