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Butantan de Doria deve muitas explicações

Publicado por Caio Gottlieb em

Ainda no dia 15 de dezembro, postei no blog uma nota, intitulada “Se não for pedir muito”, onde declarei que não sou dos que torcem a favor desta ou daquela vacina, nem torço contra qualquer outra, venha de onde vier.

Ressaltei no texto que não tenho remédio de estimação para combater a Covid-19 e defendo que o mundo precisa se livrar desse pesadelo ou, pelo menos, reduzir substancialmente a propagação e a letalidade desse insidioso vírus.

Destaquei também a minha esperança de que possamos ter diversas vacinas comprovadamente eficazes e seguras, incluindo entre elas até mesmo a polêmica Coronavac, desenvolvida por um laboratório chinês e produzida no Brasil pelo renomado Instituto Butantan, pertencente ao governo paulista, que lamentavelmente vem sendo usado de forma despudorada pelo governador João Doria para ganhar dividendos políticos, promovendo uma queda de braço com o presidente Jair Bolsonaro para forçar o Ministério da Saúde a adotar o imunizante.

Ressalvei na postagem, porém, que gostaria, apenas e tão somente, que, antes de vê-la ser validada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e aplicada nos brasileiros, a Coronavac fosse aprovada primeiramente na China, seu país de origem, onde ainda não foi certificada pelo órgão regulatório local.

Pois agora, depois que o Butantan postergou novamente a divulgação dos resultados da fase 3 da vacina, adiada desta vez para o dia 7 de janeiro, cresceu entre os infectologistas o temor de que a eficácia do imunizante possa não ser a esperada.

Matéria publicada no site da revista Exame na última quinta-feira (25) não poderia deixar mais evidentes, já a partir do título, as dúvidas inquietantes que passaram a pairar sobre a vacina chinesa: “Comunidade científica desconfia que há algo errado com a Coronavac”.

Trecho da reportagem: “Existe a desconfiança de que os resultados possam ter sido inconclusivos ou que a vacina teria uma baixa eficácia, já que o Instituto Butantan ainda não divulgou os dados sobre o índice de eficiência do imunizante. Os cientistas também se revelam preocupados pelo fato de que nem mesmo a China registrou a vacina ainda”.

Um deles, o respeitado médico sanitarista Gonzalo Vecina, afirmou: “Não sabemos muito bem o que se passa na China, por se tratar de um país fechado. Pode ser que estejam tomando um cuidado especial ou estejam envoltos em questões burocráticas, mas o fato é que sem o registro da vacina na China é impossível haver um registro no Brasil”.

Vecina fala de cátedra sobre o assunto: ele presidiu a Anvisa entre 1999 e 2003.

Minhas suspeitas não poderiam estar mais bem respaldadas.

(Leia e compartilhe outras postagens acessando o site: caiogottlieb.jor.br)

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