Dinheiro na mão e olho na urna
Alexandre Schwartsman não escreve — atira. E no artigo “Dinheiro na Mão é Vendaval”, publicado na Veja, ele mira com precisão cirúrgica no coração da gastança lulista. Sem perder a compostura, o ex-diretor do Banco Central passa recibo daquilo que muitos já suspeitam, mas poucos dizem com todas as letras: a tragédia das contas externas brasileiras tem nome, sobrenome e CPF — e mora em Brasília.
O diagnóstico não é complicado. O Brasil, que em 2024 já exibia um rombo de 24 bilhões de dólares nas contas externas, agora ostenta um buraco de 70 bilhões. E não foi o acaso, nem uma guerra, nem El Niño. Foi o apetite insaciável por gastar. Só em dois anos, o governo federal aumentou as despesas em 240 bilhões de reais — e não para investir, veja bem, mas para transferir dinheiro a rodo: aposentadorias, pensões, bolsas e benesses mil. Dinheiro novo no bolso, consumo em alta, demanda explodindo — e o país, claro, importando mais do que produz.
Enquanto o governo exalta “fazer a economia girar”, Schwartsman avisa que o motor já fundiu há tempos. A capacidade ociosa da economia se esgotou, o crédito consignado vem aí como salvador da pátria, e o Planalto segue apostando todas as fichas na ilusão populista do consumo como motor eterno de prosperidade.
O renomado economista não poupa nem no fecho: o governo está em campanha, e a reeleição custa caro. A obsessão por manter o poder, adverte ele, tem efeitos colaterais bem conhecidos: inflação, desequilíbrio externo e irresponsabilidade fiscal disfarçada de política social. Mas, como alerta, para quem só tem martelo, todo problema parece um prego.
E assim seguimos — martelando a economia nacional com zelo suicida, como quem reforma a casa botando fogo no porão.
1 comentário
José A Dietrich F · 07/04/2025 às 20:27
Obsessão por manter o poder. Esse é o ponto. Por conta desse objetivo, mantém a pobreza na pobreza, iludem a classe média com ilusionismos como esse do FGTS e prosseguem impunes nessa empreitada maldita que impede o Brasil de se tornar logo uma potência mundial. Só que nesse cenário eles desapareceriam. Então segue o espetáculo do circo, com a plateia muda, ocasionalmente desfilando na Av Paulista