O homem certo, no lugar certo, na hora certa
Assim chamado por funcionar com métodos empresariais, ter um organograma de comando com normas hierárquicas e operar de forma contínua e planejada, o crime organizado é um dos maiores perigos que afligem atualmente a humanidade.
Embora tenha presença globalizada, foi no Brasil, bem mais do que em outros países, que o modelo encontrou condições extremamente favoráveis para expandir a exploração de atividades como o tráfico de drogas, a extorsão e a corrupção e implantar seus tentáculos em instituições políticas e nos serviços públicos.
Cinco motivos principais contribuíram para isso: a profunda desigualdade econômica, que cria um ambiente propício para o recrutamento de indivíduos vulneráveis pelas quadrilhas; a infiltração em diversos níveis do governo e das forças de segurança, que favorece a impunidade e a atuação das redes criminosas; as vastas e pouco vigiadas fronteiras do Brasil com várias nações vizinhas, que facilitam o trânsito de narcóticos e armas; as prisões superlotadas, que acabam servindo como centros de controle e expansão das facções; e a lentidão e ineficácia do sistema judicial, que dificultam a punição eficaz e o desmantelamento das organizações criminosas.
Outra razão do avanço desenfreado da bandidagem em escala industrial, apontada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, na recente entrevista que concedeu à revista Veja, foi o negligenciamento do combate ao PCC nos últimos trinta anos, evidenciando que a esquerda, que ocupou o governo federal em grande parte desse período, não sabe lidar com a criminalidade.
Aliás, é comum ver líderes do PT ou das siglas a ele aliadas mais preocupados em defender os direitos humanos de homicidas, estupradores e assaltantes do que em expressar solidariedade às suas vítimas.
Oficial da reserva da polícia militar, Derrite estreou na política em 2018 ao eleger-se deputado federal pelo PL, tornando-se vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara. Reeleito em 2022 com o dobro de votos, licenciou-se do cargo para cuidar da segurança pública do seu estado.
Falando com a autoridade de quem, no posto há pouco mais de um ano e meio, já reduziu significativamente as taxas de homicídios, latrocínios e roubos, Derrite transformou sua pasta em uma das mais vistosas vitrines do governo Tarcísio de Freitas adotando linha dura no combate ao crime.
Pincei algumas de suas respostas às perguntas do jornalista que o sabatinou:
“A nossa estratégia é asfixiar financeiramente o PCC. Em 2023, batemos todos os recordes de drogas e armas aprendidas. Fizemos operações que ganharam relevância na mídia justamente pela postura de enfrentar de fato o crime organizado e não permitir que territórios paralelos sejam criados em São Paulo”.
“É claro que não desejamos as mortes de criminosos, muito menos de policiais que se colocam em risco, mas não podemos viver em um mundo utópico, achando que os locais onde realizamos as operações não eram dominados pelo crime organizado”.
“As supostas violências policiais noticiadas na imprensa foram mentiras estimuladas pelos criminosos para que as operações parassem de acontecer por causa do prejuízo que demos a eles: foram 2,6 toneladas de droga apreendida, mais de 400 indivíduos procurados pela Justiça capturados, 119 fuzis apreendidos”.
“Odeio a expressão ‘bandido bom é bandido morto’. Essa frase é reflexo da falta de punição adequada para os criminosos. Para mim, bandido bom é bandido preso e cumprindo pena adequada e severa pelo crime que cometeu”.
“Estudos mostram que os indicadores criminais sobem nas saidinhas. Existem ainda aqueles que não voltam à prisão. Há ainda o aspecto moral, ou imoral, da legislação, porque criminosos famosos por matar os pais saem no Dia dos Pais, criminoso famoso por matar a filha tem saída temporária no Dia das Crianças. O fim da saidinha é um passo importante para combater a impunidade”.
“Temos um estudo que mostra que 47% dos criminosos presos pela polícia são retrabalho. É a famosa porta giratória. Fazer o preso pagar pelo crime que cometeu deveria ser causa suprapartidária. O bandido, quando chega com a arma na cabeça do cidadão, não pergunta se ele votou no Lula ou no Bolsonaro.”
“Se o ministro da Justiça defende que a prioridade da União é combater as facções, o retrato a ser olhado deveriam ser os estados governados pelo PT. Como está a segurança pública nesses locais? Eles não têm conhecimento sobre a pauta. É o seu calcanhar de Aquiles. E tenho minhas dúvidas se eles realmente querem colocar o dedo nessa ferida”.
São, enfim, declarações que nos dão a garantia de duas coisas: que a proteção da população paulista não poderia estar em melhores mãos e que a direita dispõe de mais um excelente nome para servir ao país em funções mais altas no futuro.
Sigamos, pois, com fé e esperança na travessia desta fase nada edificante da vida nacional, com a certeza de que, como reza o velho e sábio ditado popular, não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.
1 comentário
Nilso Sguarezi · 15/08/2024 às 00:34
A imunidade penal para os maiores de 16 (dezesseis) anos que podem votar. Dizer que uma pessoa em pleno século XXI não pode ser penalizado é fornecer mão de obra de baixo custo para o crime organizado. No dizer da esquerda esta orda de deliquentes mirins são vítimas da sociedade.