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E não é que o homem estava certo?

Publicado por Caio Gottlieb em

Sem lhe darem sequer o benefício da dúvida, a grande mídia, os adversários ideológicos e os cientistas ativistas da esquerda se juntaram para mover uma implacável e odiosa campanha contra o ex-presidente Jair Bolsonaro para desautorizar o uso da ivermectina (ou cloroquina) no combate à Covid-19, que ele defendia ardorosamente baseado na experiência clínica e hospitalar bem sucedida relatada por inúmeros médicos que a utilizavam no tratamento de seus pacientes.

Para cumprir o plano de tentar destruir politicamente Bolsonaro —que em alguns momentos também não se ajudou muito — e pavimentar o caminho da volta do PT ao Palácio do Planalto, os integrantes do complô tinham todas as certezas do universo sobre o comportamento do coronavírus, quando ninguém sabia, e até hoje ninguém sabe, nem mesmo se o bicho veio da natureza ou escapou ou foi solto deliberadamente de algum laboratório chinês, assim como também não se conhece quase nada sobre as sequelas que afetam, ou que possam vir a acometer no futuro, as pessoas que contraíram a doença.

Em suma, valia tudo para solapar a imagem de Bolsonaro, evitar sua reeleição e impedir a continuidade de um governo de direita no país, missão para qual — não devemos esquecer — houve decisiva contribuição do STF, do TSE e daquela patética CPI.

Mas a verdade, de um jeito ou de outro, ainda que tardiamente, acaba vindo à tona. E nos últimos meses começaram a surgir as primeiras evidências científicas, assinadas por instituições respeitadíssimas, trazendo provas de que ele, ao menos em parte, tinha razão.

Uma delas, recentemente divulgada, é a pesquisa da Universidade de Oxford, a mais renomada do Reino Unido e uma das melhores do mundo, que avaliou a eficácia da ivermectina contra a Covid-19 e descobriu que, embora a substância não previna hospitalizações e mortes, ela reduz significativamente o tempo que o paciente experimenta os sintomas.

Fazendo uma espécie de mea culpa ao comentar a notícia em sua coluna semanal n’ O Globo, o filósofo e professor universitário Pablo Ortellado admitiu que “a ivermectina ficou tão associada ao ‘negacionismo’ de Trump e Bolsonaro, que os pesquisadores ingleses acharam que não era uma atitude responsável destacar esse resultado, enfatizando, em vez disso, a ineficácia para reduzir hospitalizações e mortes”.

Como o articulista não morre de amores pelo ex-presidente e o jornal em que ele escreve está longe de ser “bolsonarista”, trata-se de uma declaração absolutamente insuspeita.

Portanto, irresponsavelmente, pela mais abjeta e mesquinha militância política, os cientistas só contaram metade da história.

Aliás, não foi a primeira vez que se comprovou a validade da ivermectina. Pelo menos quatro outros grandes estudos desde 2022 afiançaram que o medicamento tinha efeito mensurável contra a Covid-19.

Lembra Ortellado que, em 2021, antes da publicação dos trabalhos, a imprensa repetiu, à exaustão, que a ivermectina era “comprovadamente ineficaz”.

No entanto, se naquele momento não havia estudo sólido recomendando seu uso, também não havia nenhum estudo sólido provando sua ineficácia.

Ou seja, o ativismo científico, mancomunado com formadores de opinião com interesses escusos, escolheu o lado que lhe convinha.

Mais adiante, Ortellado teve a grandeza de reconhecer que não foi só com a ivermectina que eles erraram. Como Bolsonaro se opôs ao tresloucado “fecha tudo” para proteger a atividade econômica, a imprensa e a academia o contestaram, afirmando que o lockdown era posição cientificamente respaldada. “Mas não ficamos aí”, confessa Ortellado. “A necessidade de nos contrapormos com vigor à posição de Bolsonaro nos impediu de discutir com tranquilidade e comedimento em que medida deveríamos adotá-la”, acrescentou.

E foi além: “O antibolsonarismo bloqueou no debate público a discussão sobre a flexibilização da quarentena nas escolas. Quem quer que tenha defendido a volta às aulas das crianças durante a pandemia foi automaticamente ignorado, tachado de bolsonarista. Não apenas não pudemos discutir na ocasião, como segue um tabu político revisitar criticamente nossa política abrangente de aulas remotas durante a emergência sanitária”.

Ressaltando que “uma das consequências mais nefastas desse antibolsonarismo é ter distorcido o entendimento público sobre a ciência”, Ortellado afirma que “a ciência é feita de suposições cuja validade dura apenas até ser superada por entendimentos mais abrangentes. Em momentos de crise, quando o poder público lhe pede orientação, o que ela pode fazer é indicar o que parece ser o melhor caminho. A maneira correta de apresentar essa escolha é lembrar ao público que o caminho sugerido é apenas a melhor recomendação à luz das evidências disponíveis. Se não fizermos essa ressalva, e o caminho sugerido se mostrar depois equivocado, a confiança na ciência sairá abalada”.

E concluiu: “Durante a pandemia, não tomamos esse cuidado. Para nos contrapormos a Bolsonaro, transformamos essa recomendação ‘à luz das evidências disponíveis’ em afirmação categórica que se dizia científica, mas na verdade era apenas dogmática. A ciência precisa se rever. Precisa estar aberta à contestação — e não pode se furtar a investigar uma hipótese apenas porque um desafeto a defendeu”.

Pois é. E agora? Vão pedir desculpas pro homem?

Como disse o biólogo François Jacobs, “nada é mais perigoso do que a certeza de se ter razão”.

Categorias: OPINIÃO

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