Bloco de Notas
1
Bateu novo recorde a aprovação do governador Ratinho Junior em Curitiba. Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas aponta que 72,6% dos eleitores do município consideram a gestão dele boa ou ótima. Surfando na popularidade do chefe do Palácio Iguaçu, que o apoia na disputa, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (neto do ex-governador Paulo Pimentel), segue à frente da corrida para comandar a capital do Estado e abriu boa vantagem, atestada nas últimas sondagens, sobre o ex-prefeito Luciano Ducci, segundo colocado. Os ex-governadores, e igualmente ex-prefeitos, Beto Richa e Roberto Requião também estão no páreo. A eleição curitibana é briga de cachorro grande.
2
Quem reapareceu nas redes sociais botando fogo no parquinho foi o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Em postagem no X (antigo Twitter), ele disse que o Brasil está acéfalo, que o Congresso é retrógrado e que “o presidente da República é omisso em muitas questões e incapaz de liderar o país em diversas áreas, onde se poderia avançar significativamente se o natural poder de liderança e persuasão a ele conferido fosse inteligentemente usado.” Foi por indicação de Lula, a quem declarou voto nas eleições de 2022, que Barbosa integrou o STF de 2003 a 2014. Definitivamente, com aliados como esse, o petista não precisa de adversários. Mas Barbosa não disse nenhuma inverdade.
3
Quase todas as principais bolsas de valores globais tiveram bom desempenho no primeiro semestre, impulsionadas pelos ganhos do setor de tecnologia, explicados pela euforia dos investidores com a inteligência artificial. Até mesmo na combalida Argentina o mercado de capitais entrou na onda, subindo estratosféricos 73%. Resumindo, no ranking das top 20, apenas quatro bolsas ficaram no vermelho no período de janeiro a junho, entre elas a brasileira, que amargou a segunda maior desvalorização. A perda acumulada de 7,66% do Ibovespa reflete, sobretudo, a conduta hesitante do Palácio do Planalto em lidar com a obrigação de encarar seriamente o controle dos gastos e o equilíbrio das contas públicas. A ineficiência dos atuais dirigentes do país está nos custando caro.
4
Quer ver outra demonstração de incompetência? O Pantanal mato-grossense registrou recorde de incêndios em junho por causa de novas falhas de prevenção cometidas pelo governo federal, que já havia sido alvo de críticas em 2023 diante do avanço das queimadas nesse bioma e na Amazônia. O próprio Ministério do Meio Ambiente reconhece que o seu planejamento não funcionou, admitindo que precisou antecipar em dois meses sua estratégia de resposta ao problema. Todavia, a grande imprensa, amiga e protetora da turma que está no poder, ignora olimpicamente a trapalhada e atribui o fogaréu a “eventos climáticos extremos, cada vez mais intensos e frequentes com o aquecimento global”. Pensei que a culpa era do Bolsonaro.
5
Evento tradicional do calendário anual de atividades da Lar Cooperativa Agroindustrial, ocasião em que ela reúne executivos das mais importantes instituições financeiras, grandes clientes e parceiros estratégicos para expor o andamento de seus negócios, o Lar Day foi o cenário do lançamento, pelo diretor-presidente Irineo da Costa Rodrigues, da primeira edição do Relatório de Sustentabilidade da empresa, destacando seus compromissos com a transparência, a responsabilidade socioambiental e a governança exemplar. O documento apresentado na semana passada para uma plateia de mais de 300 convidados retrata os esforços contínuos da cooperativa na promoção de práticas sustentáveis em todas as suas operações, oferecendo uma visão abrangente das iniciativas e dos resultados alcançados no exercício de 2023.
6
Invejável é o olfato dos famosos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, para farejar boas oportunidades de lucro fácil. Ninguém tinha entendido porque a Âmbar, empresa da dupla no setor de energia elétrica, havia desembolsado 4,7 bilhões de reais para comprar da Eletrobras 13 termelétricas que têm como única cliente a Amazonas Energia, a distribuidora de eletricidade naquele estado, que é deficitária e não paga seus fornecedores desde novembro. Três dias depois da aquisição, o governo Lula editou uma Medida Provisória (na “medida certa”, sob encomenda) para socorrer o caixa da concessionária e cobrir os pagamentos que ela deve fazer para as usinas dos manos. Os recursos para viabilizar a transação serão bancados pela conta de luz de todos os consumidores brasileiros por até 15 anos. Quem tem amigos tem tudo, né?
7
Em preparativos para inaugurar o HLaser, trazendo para Cascavel o que há de mais avançado no país em tecnologia para cirurgias oftalmológicas, os médicos Marcos Solano Vale, Cassio Tsujiguchi e Clodomir Carvalho e a administradora Sandra Solano, sócios no hospital HOlhos Prime, fizeram o lançamento da pedra fundamental das obras do futuro Hospital Regional de Olhos Dr Prime, em Mamborê, planejado para ser o centro de excelência da especialidade no Noroeste do Paraná. O grupo deve anunciar em breve novas unidades em outras cidades estratégicas do Estado dentro do seu projeto de criar uma rede integrada para cuidar da saúde visual dos paranaenses. O quarteto sonha alto e enxerga longe.
8
Depois de ser laureada por dois anos consecutivos como a Melhor Planta/Unidade Geradora de Biogás, a Frimesa acaba de subir no pódio da terceira edição do Prêmio Melhores do Biogás, promovido pelo Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, como vencedora na categoria de Melhor Organização pela contribuição significativa no desenvolvimento e inovação do mercado brasileiro daquelas duas matrizes energéticas. O título reconhece e contempla os excelentes resultados dos investimentos feitos pela cooperativa para a geração de energia não poluente principalmente em suas unidades industriais de Medianeira e Assis Chateaubriand. O portfólio da Frimesa tem mais de 500 produtos derivados de carne suína e leite. É a 42ª marca de alimentos com maior índice de consumo em todo o país.
9
“O Supremo Tribunal Federal precisa conhecer seu lugar em uma democracia.” Antes que algum militante da esquerda fale que foi um “extremista de direita” quem disse isso, vou logo esclarecendo: a frase é do cientista político norte-americano Steven Levitsky pinçada da entrevista que ele concedeu ao jornal O Estado de S. Paulo. Na opinião do renomado acadêmico, o debate atual sobre o ativismo do STF no país é legítimo, “especialmente por ser uma instituição com prerrogativas constitucionais amplas e que não é eleita pelo voto direto.” Ao seu ver, “medidas como a definição de limites para os mandatos dos juízes da Suprema Corte são importantes tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil”. E ressaltou: “É sempre preocupante quando um órgão não eleito interfere em políticas que deveriam ser decididas por autoridades eleitas.” Levitsky é autor do best-seller “Como as democracias morrem.” A trajetória do Brasil nestes tempos tenebrosos é um exemplo vivo para confirmar muitas das teses do livro.
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Voltou a crescer o número de funcionários nas empresas públicas federais. Depois de chegar a 517 mil no final do governo Bolsonaro, agora já está em 524 mil. Deve ser por isso que caiu o número de desempregados no país. O número de funcionários nas estatais estava em queda desde 2016, quando o PT deixou o governo. Foram 8 anos de reduções consecutivas no quadro, que retomou a curva ascendente em 2023, com o início do terceiro mandato do Lula. Aliás, das 44 empresas estatais sob controle direto da União, 17 dependem de recursos do Tesouro Nacional para se manter. É para cobrir esse rombo que o governo federal vai destinar 27 bilhões de reais dos cofres públicos em 2024. Onde se lê “dos cofres públicos”, leia-se “dos nossos bolsos”. Ainda bem que o amor venceu. Fazuéli.
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Foi tão escandalosamente esdrúxula e suspeita a sentença do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as ações da 13ª Vara Federal de Curitiba contra o empresário Marcelo Odebrecht, no âmbito da Operação Lava-Jato, que nem mesmo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que ganhou o cargo com amplo respaldo de integrantes da Corte, teve coragem de fechar os olhos para o despautério. Em recurso enviado a Toffoli, ele instou o próprio magistrado a reconsiderar sua decisão e, caso isso não ocorra, que a petição seja analisada pelos ministros no plenário do Supremo. Gonet lembra no texto que Odebrecht firmou delação premiada e apresentou 54 anexos em que detalhou diferentes crimes praticados por investigados contra a administração pública e argumenta que Toffoli foi contra entendimentos do próprio STF. Mas o empreiteiro pode dormir tranquilo. Nada vai mudar. Recordemos que Toffoli era tratado por Marcelo como “o amigo do amigo do meu pai”. E o amigo do pai dele está novamente no comando do país.
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Dentro do esperado, Lula remeteu em março uma carta ao czar da Rússia, Vladimir Putin, para cumprimentá-lo por sua reeleição. O inteiro teor da missiva não foi divulgado na ocasião e, agora, o governo decidiu aplicar uma regra ainda mais restritiva ao documento. Negando um pedido com base na Lei de Acesso à Informação, a Casa Civil da Presidência da República argumentou que o sigilo imposto sobre o conteúdo da correspondência tem como fundamento “proteger a vida privada e a intimidade” do presidente, pois a saudação foi dirigida ao russo pelo “cidadão” Lula. Conversa fiada. Na verdade, o petista ficou com vergonha de tornar pública uma mensagem recheada de elogios e bajulações ao déspota agressor que move uma guerra sanguinária não provocada contra a Ucrânia. Se eu fosse o Putin, pediria que o companheiro Lula provasse sua amizade divulgando o que escreveu e assinou. Só para sacanear.
