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Nunca iria dar certo

Publicado por Caio Gottlieb em

Quando distribuiu ministérios e cargos de segundo e terceiro escalões para os partidos da tal “frente ampla”, que se acumpliciaram para colocá-lo de volta na presidência da República, Lula calculava que teria em contrapartida um grande número de senadores e deputados federais na palma da mão, formando uma sólida, domesticada e imbatível bancada de apoio para referendar o que ele quisesse, como já fez no passado.

Mas os tempos são outros e o petista está descobrindo a realidade da vida da maneira mais amarga possível.

Incapaz de fazer a leitura correta da nova correlação de forças que emergiu das urnas em 2022, levando para o Senado e Câmara Federal uma esmagadora maioria de parlamentares de direita com convicções firmes, Lula vem acumulando acachapantes insucessos no Congresso Nacional, como se viu, mais uma vez, na semana passada.

Em um dia épico para a oposição, o Palácio do Planalto foi humilhado na última terça-feira (28) por três grandes reveses consumados na derrubada de dois vetos de Lula, acabando com a abjeta saidinha de presos em datas comemorativas e proibindo o poder executivo de financiar movimentos que incentivam a invasão de terras (leia-se MST), e na manutenção do veto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao dispositivo de uma lei que, a pretexto de punir a difusão de fake news, poderia ser utilizado para cercear a liberdade de expressão e calar adversários do atual governo.

Por sua vez, as derrotas confirmaram não apenas a fragilidade, a incompetência e a inoperância da articulação política da chamada “base aliada”, como também revelaram que há cerca de 320 deputados federais (dos 513) e até 60 senadores (dos 81) dispostos a contrariar os desejos do PT e seus associados.

Isso não quer dizer que Lula, doravante, vai perder todas as votações. Projetos enviados por ele que sejam verdadeiramente de interesse do país (o que tem sido raro) certamente serão aprovados, como aconteceu, por exemplo, no caso da reforma tributária.

Mas em questões relacionadas aos costumes, à segurança pública, ao direito de propriedade, à livre iniciativa e às liberdades em geral, vai prevalecer, sem maiores dificuldades, a visão conservadora do parlamento.

Estamos vendo, na prática, a importância crucial de um Congresso Nacional majoritariamente de direita, fiel a seus eleitores, comprometido em barrar as pautas nocivas de um regime de esquerda.

Enfim, sabia-se desde o início, por esses e outros motivos, que o terceiro mandato de Lula estava fadado ao fracasso.

Só ninguém imaginava que iria se destrambelhar tão cedo.

Categorias: OPINIÃO

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