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Justiça sendo feita

Publicado por Caio Gottlieb em

Segundo maior símbolo da corrupção no Brasil (o primeiro é esse mesmo que você está pensando), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral vem acumulando vitórias contra as sentenças que o condenaram a mais de 400 anos de prisão.

Réu em mais de duas dezenas de processos por desvios que lhe renderam meio bilhão de reais em ganhos ilícitos, Cabral admitiu muitos desses malfeitos e devolveu aos cofres públicos parte do butim que auferiu.

É ladrão confesso.

Preso preventivamente em 2016, ele ficou seis anos na cadeia, desfrutando de inúmeras mordomias, volta e meia denunciadas pela imprensa.

Por decisão do Supremo Tribunal Federal, em que o voto do ministro Gilmar Mendes teve influência preponderante, Cabral ganhou o benefício da prisão domiciliar em dezembro de 2022 e logo em seguida, em fevereiro de 2023, conquistou a liberdade plena em recurso julgado a seu favor pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Mas as boas notícias para Cabral não pararam por aí.

Nas últimas semanas, o mesmo TRF-2, alegando incompetência de foro, o agraciou com a decretação de nulidade de três ações penais da Lava Jato carioca que tramitavam contra ele, resultantes das seguintes operações:

Unfair Play – compra de votos para que a Cidade Maravilhosa tivesse se tornado sede das Olimpíadas de 2016.

Ratatouille – repasses de empresa que fornecia comida para presídios e escolas durante o seu governo.

C’est fini – recebimento de propina para favorecer empreiteira em obras do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem.

Com essas anulações, Cabral teve suas penas reduzidas em 40 anos e 6 meses.

Ainda restam 335 anos de prisão para ele cumprir caso perca as infindáveis apelações que terá o direito de fazer.

Nada, porém, que algum dos ministros do STF, onde tem amigões do peito, não possa resolver com uma simples canetada.

É só dar tempo ao tempo.

Seja como for, está sendo reparada uma grave injustiça cometida contra o ex-governador fluminense.

Se o grande chefe do aparato de roubalheira que saqueou bilhões de reais dos contribuintes brasileiros em passado recente encontra-se livre, leve, solto e de volta ao poder, porque apenas o Cabral haveria de pagar o pato?

Que ninguém venha me dizer depois que o crime não compensa.

Categorias: OPINIÃO

5 comentários

Anderson · 24/03/2024 às 00:52

Hoje somente um idiota para acreditar que o Brasilzinho tem alguma chance mínima de ser um lugar minimamente decente para se viver, pois ter esperança disso qualquer um com um neurônio sabe que não há, então só sobram os idiotas mesmo

A. Hernandes Junior · 12/03/2024 às 20:45

Parabéns pela crônica; infelizmente vemos todos os dias a justiça trabalhando em prol de políticos poderosos e corruptos. É a mão da justiça deixando escorrer entre seus dedos, a moral, ética e probidade que o povo espera do judiciário,
Lamentável.

EDUARDO · 12/03/2024 às 19:32

Se algum membro do judiciário brasileiro falar em justiça no Brasil – não perca seu tempo: não existe. Tudo se resume em uma enorme folha de pagamento custeada pelos brasileiros. A OAB só reclama que não faz parte dessa folha.

    Inácio Kroetz · 13/03/2024 às 11:53

    Lembrando Ponte Preta: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos a todos!”.
    Deixou de ser sátira para virar realidade?

Marcos Villanova de Castro · 12/03/2024 às 19:25

No Brasil não há nenhuma sombra de dúvida que o crime compensa.

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