Quem perdeu mais
Debates eleitorais quase nunca produzem um vencedor indiscutível, inconteste, inequívoco.
Políticos que aceitam entrar nessa arena precisam ter boas táticas para reduzir os danos que certamente irão sofrer, já que seus atos na vida pública e na vida privada estarão expostos a perguntas incômodas, críticas duríssimas e até agressões desleais.
Goste-se ou não, faz parte do jogo.
É nesse sentido que, em relação ao primeiro confronto dos presidenciáveis da atual campanha para o Palácio do Planalto, realizado domingo pela Rede Band, minha avaliação, que não difere muito da visão da maioria dos analistas, é a seguinte:
Luiz Felipe d’Avila – Inexpressivo, sem carisma, ainda não disse ao que veio.
Simone Tebet e Soraya Thronicke – Tiveram bons momentos, marcaram alguns pontos positivos, mas não empolgaram.
Ciro Gomes – Ao partir para cima de Lula e Bolsonaro, seu objetivo era quebrar a polarização. Acabou virando vidraça de ambos. Deveria ter se concentrado em fustigar o ex-presidente, de onde tem que tomar os votos de esquerda que necessita desesperadamente para avançar nas pesquisas. Talvez não surja outra oportunidade melhor para ele qualificar-se como um concorrente competitivo.
Lula – Depois de ir à lona logo no primeiro round, esmurrado por Bolsonaro com as lembranças contundentes da ladroagem bilionária que ocorreu em seus governos, o petista acusou o golpe. Visivelmente atordoado, deu respostas evasivas e tentou mudar de assunto. Porém, ao demonstrar medo de encarar o tema, abriu o flanco para ser também atacado pelos demais adversários com as indigestas recordações dos escândalos do Mensalão e do Petrolão.
Bolsonaro – Levando em conta os riscos que correu por estar no cargo e ser naturalmente o alvo preferido dos oponentes, soube fazer uso eficiente do tempo, mostrou-se muito bem preparado para responder aos questionamentos mais ácidos falando das realizações de sua gestão e lavrou um gol de placa ao colocar a corrupção no centro das discussões, tudo o que seu principal rival queria evitar.
Considerando tudo isso, não há dúvida que o candidato do PT roubou – com o perdão do trocadilho – a cena.
Foi o grande derrotado da noite.
1 comentário
Marcelo · 29/08/2022 às 15:32
Já diria o craque Neto: Você só pode estar de brincadeira. As mulheres desastabilizaram Bolsonaro. Lula também levou várias voadoras. Percebi também que cuidaram direito da sequência de perguntas e respostas não acontecendo o que houve no debate para prefeito da TV Tarobá na última eleição. Pergunta uma, responde uma.