Ilícitos de ocasião
Como sempre acontece em períodos de grandes dificuldades econômicas, crise e oportunidade são palavras que também estão caminhando juntas na travessia do drama mundial provocado pelo novo coronavírus.
E onde são encontradas no Brasil as boas oportunidades para se lucrar nesta crise?
Uma delas, que vem fazendo a alegria de muita gente, está na aquisição de respiradores, máscaras e demais equipamentos necessários para o combate à Covid-19.
Autorizadas por legislação especial aprovada exclusivamente para o enfrentamento da pandemia, compras sem licitação de bens, serviços e insumos estão sendo investigadas por mau uso dos recursos financeiros (leia-se superfaturamento) em pelo menos onze estados e no Distrito Federal.
Duas das apurações, uma no Rio de Janeiro e outra em Brasília, já resultaram na prisão de gestores públicos e empresários suspeitos de obter vantagens em milionários contratos emergenciais para aquisição de respiradores, com o agravante de que muitos deles simplesmente não funcionam.
Me digam: qual seria a punição mais exemplar pra esse tipo de gente?
Sabe-se, aliás, que há mais de 400 procedimentos abertos pelo Ministério Público Federal para fazer uma devassa nas compras realizadas com verbas repassadas pela União que podem originar processos por corrupção ativa e passiva.
A quarentena tirou bandidos das ruas e fez reduzir os índices de criminalidade em todo o país.
Mas os incansáveis ladrões especializados no roubo de dinheiro público continuam em plena atividade.
E não precisam nem dar as caras. O home office está aí pra isso mesmo.
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