Resumo da ópera
Com perguntas objetivas e respostas realistas, eis a minha opinião sobre o explosivo vídeo da fatídica reunião ministerial que pode vir a se transformar, se prosseguir a investigação da Procuradoria Geral da República, na principal evidência de que o presidente Jair Bolsonaro teria supostamente tentado interferir indevidamente na Polícia Federal.
O conteúdo da gravação compromete o presidente?
Dentro do histórico dos acontecimentos, sim.
É uma falta grave?
Não a ponto de ser juridicamente suficiente para tirá-lo do cargo.
O procurador geral Augusto Aras vai oferecer denúncia contra o presidente?
Provavelmente não.
Existe alguma chance para a abertura de um processo de impeachment no Congresso Nacional?
Nenhuma.
Por quê?
- Porque não está configurada de forma cabal a materialidade de um possível crime.
- Porque não há clima político.
- Porque não há disposição no Parlamento para levar o assunto adiante.
- Porque nem mesmo os partidos de oposição, sabendo que embarcariam numa canoa furada, endossam a iniciativa.
- E, por fim, o ponto crucial da história: não existe apoio popular significativo a favor da ideia de cassar o mandato de Bolsonaro, aliás, muito pelo contrário.
De forma que, no desdobramento dos capítulos dessa novela, continuaremos vendo nos próximos dias e semanas muita fumaça e pouco fogo, até o caso deixar de ser novidade.
Ou ser atropelado por uma nova crise, certamente produzida pelo próprio governo, como já virou praxe.
E assim caminha a humanidade.
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