Poder sem poder
Reza a Constituição Brasileira em seu artigo 2° que “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
Mas a teoria na prática vem sendo outra. O tripé está claramente desequilibrado, com grande desvantagem para o segundo.
É verdade que esse grave desvirtuamento de uma das premissas fundamentais da Carta Magna não é recente, mas expandiu-se fortemente desde que Jair Bolsonaro venceu as eleições presidenciais de 2018, impingindo surpreendente derrota aos tradicionais grupos políticos do país.
Cada dia mais escancarados e insidiosos, o protagonismo exacerbado do Congresso Nacional, impondo leis a seu bel-prazer e sabotando os projetos do Palácio do Planalto, e o ativismo autoritário do Supremo Tribunal Federal, interferindo em nomeações e vetando atos privativos do Executivo, demonstram um indisfarçável propósito de ambas as instituições de emparedar e inviabilizar o governo.
Sempre soube que o presidente da República pode muito, mas não pode tudo.
Entretanto, no Brasil destes tempos estranhos, ele não pode quase nada.
Há bons motivos para se criticar Bolsonaro por não estar contribuindo para serenar os ânimos entre os três poderes, mas isso não lhe tira a razão de reclamar das ingerências indevidas do Parlamento e do STF em sua administração.
Tem algo muito errado aí.
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1 comentário
Ayrton · 04/05/2020 às 14:35
Perfeita análise, tem algo de MUITO errado no legislativo e judiciário. E não estão errando pelos brasileiros de bem.
Estão defendendo as quadrilhas que representam, para manter o status quo da Oligarquia Cleptocrata, sustentada pela insidiosa Constituição de 88, cujo lema deveria ser: “Da quadrilha para a quadrilha e pela quadrilha”