Nasceu um candidato?
Se arrependimento matasse, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz Sergio Moro já estariam longe deste nosso insensato mundo.
Bolsonaro jamais irá se perdoar por ter convidado Moro para ser seu Ministro da Justiça e ter-lhe dado carta branca para compor sua equipe.
Moro vai se culpar pelo resto da vida por ter abandonado 22 anos de magistratura e a consagrada carreira de juiz da Operação Lava Jato para aceitar o convite de Bolsonaro, acreditando que teria mesmo liberdade irrestrita para trabalhar com quem quisesse.
É verdade que os dois se uniram por interesses comuns e convergentes.
O presidente, num magistral lance político, conquistou para o governo o maior símbolo nacional da luta contra a impunidade dos criminosos ricos e poderosos.
Por sua vez, o ex-ministro, com objetivos práticos e pragmáticos, viu no cargo a oportunidade de produzir leis para ampliar e endurecer o combate à corrupção e, quem sabe, abrir seu caminho para uma sonhada vaga no Supremo Tribunal Federal, um desejo mais do que legítimo dada sua indiscutível qualificação jurídica para a função.
Mas a relação da dupla, submetida à realidade cotidiana dos eventos políticos, com seus conflitos e contradições, não correspondeu às expectativas de ambos e deu-se a estrondosa ruptura.
É muito provável que Moro, até então, não alimentasse nenhuma aspiração de entrar na política e concorrer a eleições. Mas a forma como saiu do governo e a necessidade de se reposicionar na história não estão lhe deixando outra saída.
Se vencer a guerra judicial que começa a travar com Bolsonaro, ninguém mais duvida que ele enfrentará seu ex-chefe na disputa presidencial de 2022.
Como costumava dizer o deputado federal Ulysses Guimarães, citando o filósofo espanhol Ortega y Gasset, “o homem é o homem e suas circunstâncias”.
Talvez as circunstâncias tenham colocado Moro em um caminho que ele nunca pensou que um dia pudesse trilhar.
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3 comentários
Simone · 07/05/2020 às 14:35
Nunca terá o meu voto!
Maria Clarice de Oliveira · 04/05/2020 às 21:53
Para uma pessoa como Moro, palavra dada é palavra cumprida. Acho q isso é inerente às pessoas de boa índole, e, no momento que alguém q dá sua palavra, volta atrás em sua decisão, não vislumbro, comonalguém como Moro, poderia continuar a auxiliar. No lugar dele, faria o mesmo. Exatamente pq é Presidente que devia honrar o combinado.
Washington Lee Abe · 02/05/2020 às 21:08
Moro fez um trabalho sério na Operação Lava-jato? Sim. Enfrentou gigantes, como ele mesmo declarou? Qual o seu medo em fazer sua obrigação? Não conseguir chegar ao STF que era o seu sonho?
Quer “independência” de uma Instituição, cujo Chefe Supremo, por força de Lei é o próprio Presidente da República. Mas moro não sabia disso… Negou ao Presidente da República informações de inteligência que lhe são inerentes e legais para decisões dos rumos da Nação. Mas moro não sabia disso. Tem mentalidade e conhecimentos de um juiz. Na hora de se despedir, não têve a menor ética, formação própria, educação de berço nem Patriotismo e simplesmente deixou um rastro de destruição para trás. E pior, não está pensando nem em sua família, pois querendo derrubar o Presidente Bolsonaro, vai abrir as portas do inferno para a esquerda retornar, aliás, esse foi o plano da esquerda desde o início: NUNCA deixar a direita governar. Parabéns, traidor do meu País!
Deixou um legado inesquecível para sua família e para a sua Pátria!