Pouso forçado
Alguns mais, outros menos, todos os segmentos da economia estão sendo duramente atingidos pela paralisia das atividades produtivas imposta pelo coronavírus.
Nenhum, porém, sofre impacto mais devastador do que o setor aéreo diante da interrupção global das viagens de turismo e de negócios.
Mas além das bilionárias perdas financeiras já acumuladas pela suspensão dos voos, há um outro drama inimaginável, surreal, afetando as companhias aéreas.
Em tempos normais, estima-se que cerca de 20 mil aviões cruzem os céus diariamente ao redor do planeta.
O sistema, obviamente, não foi projetado para que uma grande quantidade deles esteja fora do ar, o único lugar em que geram receita.
Milhares de aeronaves, agora, encontram-se em solo e está faltando espaço para elas, sem contar os altos custos das taxas cobradas para mantê-las estacionadas.
Pela vantagem do clima árido da região, que ajuda a retardar a corrosão, um dos locais mais disputados fica nos Estados Unidos, ao norte das montanhas de Catalina, no Arizona.
Criado na década de 1940 para o treinamento de pilotos militares, o gigantesco parque aéreo Pinal County oferece uma variedade de serviços de armazenamento e manutenção pesada para jatos comerciais com preços que variam de 56 a 300 dólares por mês.
Ou seja, como sempre, desde que o mundo é mundo, vai ter gente faturando alto com a desgraça alheia.
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