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O bem e o mal

Publicado por Caio Gottlieb em

Pode ser que muitos pensem que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não deveria dar tanta atenção a um assunto aparentemente de menor importância, diante de questões mais prioritárias que sua administração precisa resolver.

Mas reveste-se de um simbolismo moral e ético de valor incalculável a decisão dele de mudar o nome de um assentamento do Movimento Sem Terra localizado no município de Mirante do Paranapanema, onde o Estado vem implementando a regularização fundiária e emitindo títulos de propriedade para milhares de pequenos agricultores ali acampados.

Antes conhecido como Projeto de Assentamento Che Guevara, passou, agora, a ser denominado oficialmente de Projeto de Assentamento Irmã Dulce, para a indignação do MST.

Seja por desinformação, seja pela doutrinação mentirosa que recebe nos bancos escolares, boa parte das gerações mais jovens, tanto no Brasil como no resto do mundo, aprendeu a acreditar na narrativa romântica de que Che Guevara, braço direito de Fidel Castro na revolução que implantou o comunismo em Cuba, foi um guerreiro da justiça social.

Nada poderia ser mais falso.

Idolatrado (com o cinismo de quem sabe a verdade) por celebridades, políticos e ativistas como o bom samaritano que lutou contra a opressão e a tirania, ele era um sujeito simplesmente abominável.

É extensa e repugnante a lista de atrocidades que Guevara cometeu no papel de um dos mais notórios líderes do grupo armado que tomou o poder na ilha caribenha em 1959 e idealizou o regime socialista que conduziu a infelicitada nação à deplorável situação de miséria em que se encontra, impondo à população uma das ditaduras de esquerda mais abjetas, repressivas e violentas de que se tem notícia.

Pesquisadores documentaram 216 vítimas assassinadas por ele friamente, com requintes de sadismo, após longas e horrorosas sessões de tortura.

Bastava a suspeita de que a pessoa poderia estar contra o novo governo para ser sumariamente condenada e levada ao “paredón” para ser fuzilada.

Não havia necessidade de julgamento. Guevara dizia que “a revolução não poderia parar para realizar muita investigação, ela tem a obrigação de triunfar”.

Argentino de nascimento, formado em medicina, Che encontrou seu fim em 1967 nas selvas da Bolívia, executado por um soldado do exército desse país, quando tentava disseminar guerrilhas revolucionárias na América do Sul.

Com a renomeação do assentamento, sai um homicida cruel e doentio, e entra uma heroína autêntica e inspiradora, primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada, que dedicou sua vida a obras caridade, trabalhos sociais e assistência aos mais necessitados, chegando a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Para além da didática troca de nomes, o corretíssimo ato de Tarcísio homenageia merecidamente uma personalidade de conduta exemplar e impede que um empreendimento de reforma agrária custeado com dinheiro público reverencie a insana memória de um facínora.

São duas biografias diametralmente opostas, mas profundamente reveladoras do caráter dos admiradores de cada uma delas.

Em resumo, parafraseando o sábio versículo bíblico, diga-me quem veneras e dir-te-ei quem tu és.

 

Categorias: OPINIÃO

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