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Nem tudo está perdido

Publicado por Caio Gottlieb em

Embora respirando por aparelhos, ainda está vivo o combate à corrupção e à impunidade no Brasil.

Apesar do colossal empenho do Supremo Tribunal Federal em salvar a pele de políticos e empresários poderosos que costumam assaltar os cofres públicos, tem muita gente fazendo a sua parte para garantir um mínimo de moralidade no judiciário da nação.

Um dos melhores exemplos é o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, que não apenas validou todas as sentenças de primeira instância da Lava Jato, como também, em alguns casos (e Lula é um deles), até aumentou o castigo imposto aos criminosos.

Há poucos dias, mostrando mais uma vez que não pretende ter nenhuma complacência com a bandidagem de colarinho branco, a Corte ampliou a punição de um dos mais importantes operadores do PT que atuou na linha de frente da quadrilha envolvida na pilhagem da Petrobras.

Por unanimidade, os desembargadores da 8ª Turma resolveram dobrar a pena atribuída a Renato Duque, o famoso ex-diretor de Serviços da estatal, acusado da prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

De 6 anos, 6 meses e 10 dias, foi para 12 anos, nove meses e 15 dias de reclusão. Nesse mesmo julgamento, a pena de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, foi mantida em mais de 7 anos de prisão.

Duque, aliás, já teve múltiplas condenações em processos decorrentes da operação, é réu confesso em diversas ações e já devolveu cerca de 70 milhões de reais que recebeu em propinas e estavam depositados em contas no exterior, mas, infelizmente para a imagem da justiça brasileira e felizmente para ele, isso até agora não mudou muito a sua vida.

Preso em março de 2015, o figurão foi solto em março de 2020 para responder aos crimes em liberdade, graças, é claro, ao STF, que às vezes pode demorar um pouco, mas nunca deixa os amigos ao relento. Vaccari, por sinal, está fora da cadeia desde 2019.

De qualquer forma, resta o inevitável constrangimento produzido por uma providencial ironia do destino: ao mesmo tempo em que desfila na Europa apresentando-se como o homem mais honesto do mundo, Lula é assombrado por um novo e duro revés judicial impingido a um dos principais personagens do maior escândalo de corrupção da história do país, originado justamente nas entranhas do seu governo.

A mentira tem perna curta.

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