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La vache est allée au marais?

Publicado por Caio Gottlieb em

Sem nenhum grande projeto para mostrar à nação, Lula se agarra, para ter algum feito a celebrar, ao sonho de concretizar a integração econômica entre a União Europeia e o Mercosul, novela que se arrasta há décadas e está cada vez mais difícil de terminar com um final feliz.

Volta e meia, ele requenta o assunto pautando a imprensa amiga com a fake news de que o acordo está na iminência de ser assinado.

Ouviu-se novamente a repetição da ladainha nos dias que precederam a reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo no Rio de Janeiro

Nada poderia ser mais falso. Tanto que rigorosamente nada aconteceu.

Por interesses concorrenciais, nunca esteve tão distante a efetivação do pacto que, caso venha a ser implantado, possibilitará ampla redução de tarifas nas importações e exportações de bens envolvendo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e as 27 nações que formam o bloco europeu.

Nesta semana mesmo, os agricultores franceses saíram às ruas para protestar contra a assinatura do acordo por temerem uma competição injusta com fornecedores do Mercosul.

Presente no encontro do G20, o presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu que ambos os lados aprofundem as negociações e façam “novos trabalhos para tentar desenvolver um marco de investimentos conjunto, mas que proteja as economias dos países.”

Reafirmando sua oposição aos termos atuais do pacto, Macron foi claro: “Contrariamente ao que muitos pensam, a França não está isolada, e muitos países nos apoiam.” Leia-se: seus governantes não querem perder eleitores.

É importante ressaltar que são necessários quatro países com 35% da população europeia para que o veto à proposta seja consumado. Ou seja, por seu tamanho, a França tem peso decisivo na votação.

Como se não bastasse, existe ainda outro abacaxi a ser descascado: a União Europeia se diz preocupada com as questões ambientais que constam do acordo e quer bloquear produtos agropecuários do Mercosul provindos de áreas de desmatamento.

Nesse ponto, Macron foi ainda mais incisivo: “Realmente, não queremos importar produtos agrícolas que não respeitem as regras que nós mesmos nos auto impomos.”

Pelo andar da carruagem, o petista vai ter que arrumar outro acordo de livre comércio pra chamar de seu.

Categorias: OPINIÃO

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