O vai e vem de Moro

Uma das esperanças da turma que busca um nome para ocupar a chamada “terceira via” e construir uma alternativa viável para contrapor-se a Bolsonaro e Lula, a possível candidatura de Sergio Moro à presidência da República já ganha ares de novela que não acaba nunca.

Logo após deixar o ministério da Justiça do governo Bolsonaro, ele se articulava para entrar no páreo.

Pouco tempo depois, ao aceitar o convite para trabalhar na empresa de consultoria Alvarez & Marsal e morar em Washington, o magistrado que fez história condenando e prendendo políticos e empresários corruptos na Operação Lava Jato comunicou sua retirada da vida pública.

Agora, com seu contrato na companhia norte-americana chegando ao fim, Moro voltou a ser assediado para retomar o projeto de concorrer ao Palácio do Planalto em 2022 e parece ter se interessado novamente pelo assunto, tanto que deixou seus afazeres profissionais nos Estados Unidos por alguns dias em setembro para vir conversar com lideranças partidárias e empresariais e avaliar o cenário pré-eleitoral em reuniões em Curitiba, São Paulo e Brasília.

O próximo capítulo está reservado para novembro, quando ele prometeu dar uma resposta definitiva sobre o seu futuro político.

Uma coisa, porém, é certa: se a opção for pela entrada na disputa, o ex-juiz já resolveu que irá filiar-se ao Podemos, onde tem no senador Alvaro Dias o maior entusiasta de sua candidatura presidencial.

Aliás, em entrevista ao site O Antagonista, o parlamentar paranaense confirmou que desistiu de concorrer novamente à presidência, projeto para o qual já vinha recebendo muitos apoios em todo o país, justamente para facilitar a decisão de Moro.

Embora confesse estar decepcionado com a política, Alvaro admitiu que poderá tentar uma nova reeleição ao Senado, “se sentir um apelo realmente consistente e amplo para que continue”.

Como diziam os jornalistas de antigamente, aguardemos, pois, a marcha dos acontecimentos.