Se é para o bem, que mal tem?
Há no mundo, reconhecidos pela pela ONU, 196 países.
Causa certa estranheza que apenas 15 deles adotam em suas eleições meios eletrônicos de votação e muitos outros tenham voltado atrás após passarem pela experiência.
Se o sistema é tão confiável, seguro e inviolável como se fala, é no mínimo intrigante que o seu uso não tenha se tornado universal, principalmente em um planeta cada dia mais tecnológico.
Juiz eleitoral por longos anos em Cascavel, hoje desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Paraná, Paulo Roberto Hapner é um antigo e contundente crítico da urna eletrônica.
Pelo aspecto institucional, Hapner argumenta que “a liberdade de escolha do candidato não representa a certeza de que ele foi votado. Trata-se de uma mera presunção. Apertar o botãozinho não é um ato que manifesta de forma genuína o desejo do eleitor. Não é igual a escrever o nome do escolhido, mesmo com erros de caligrafia”.
Mas é na questão operacional que residem os maiores reparos do magistrado.
“Não estão assegurados os direitos do cidadão quando se utilizam as urnas eletrônicas, onde o eleitor simplesmente aperta um botão e o computador, horas mais tarde, expele um resultado”, observa Hapner.
Considerando que o cidadão comum não tem meios para apurar possíveis erros de programação ou manipulações propositais, o uso da urna eletrônica, enfatiza ele, “afigura-se uma transgressão da garantia da eleição como fato público”.
Ou seja, o controle da vontade popular é colocado exclusivamente nas mãos dos intelectuais da informática. O povo, que deveria estar no comando do processo, fica de fora.
Por todas essas razões, Hapner une-se à corrente dos defensores do voto auditável, instrumento que asseguraria ao eleitor o direito de obter o comprovante impresso de sua escolha, conferindo maior transparência ao pleito.
Neste momento em que o tema está novamente em debate no Congresso Nacional, que já editou anteriormente três leis sobre o assunto, é importante lembrar que o STF derrubou todas elas com a falsa alegação de serem inconstitucionais, usurpando prerrogativas do poder legislativo e praticando seu contumaz e abominável ativismo político.
De seu lado, os contrários ao voto impresso dizem que a sua implantação seria muito custosa aos cofres públicos.
Errado: nenhum preço é caro demais para se ter uma democracia solidamente edificada em eleições que expressem a legítima escolha da população.
Seja ela qual for.
5 comentários
MARCELO · 22/07/2021 às 22:38
Com essa insistência toda em fraude na apuração das eleições, está me parecendo ser conhecimento de causa. Será que 2018 foi com fraude?
MARCELO · 21/07/2021 às 11:28
Alguém poderia me dizer se a fraude na contagem dos votos em 2018 favoreceu a chapa vencedora?
MARCELO · 18/07/2021 às 16:13
É o Roman é o Giacobo votando a favor do fundão eleitoral de 6 bilhões, e o Parcianello não votando hein? Isso é escárnio com o eleitor de Cascavel.
Luciano Huck · 22/07/2021 às 22:15
O Roman, dizem não fez 2 mil votos na última. Mas realmente, o que é gastar mais 2 bilhões de reais em um país tão rico igual ao Brasil. O resultado será o mesmo Caio, e com certeza não será oq você torce. Terá que mudar o foco de suas matérias.
MARCELO · 18/07/2021 às 16:05
Pra que questionar a lisura do próximo pleito somente? E 2018? E 2014? E nossa eleição municipal com 70% para um candidato é suapeita? Sou completamente favorável à auditoria do resultado, seja por voto impresso ou qualquer outro meio. O que não pode, é o processo ser desacreditado, pois quem quer tumultuar vai fazê-lo com ou sem voto auditavel (não necessariamente voto impresso). O Sr Presidente está dando recado que não aceitará resultado que não lhe for favorável. Alguma semelhança contra Castro, Chávez, Maduro e outros menos cotados? Outra coisa, podemos também questionar porque o voto é obrigatório se em outras democracias ele é opcional? O fato de quantas nações utilizam ou não o voto eletrônico não é o fator decisivo nessa discussão.