Energias renovadas
O aniversário de 50 anos da assinatura do Tratado de Itaipu, a ser comemorado em 2023, é mais do que uma data a ser lembrada como o marco inicial da colossal hidrelétrica erguida por brasileiros e paraguaios.
Vai ser o momento, previsto no documento, em que os dois países deverão concluir as negociações, já em curso, para rever os termos do acordo e ajustá-lo à nova realidade que a binacional passará a viver com a quitação da dívida contraída para sua construção.
Daí em diante, e esse é um dos aspectos mais relevantes da questão, o preço do quilowatt vendido por Itaipu não terá mais computado em seus custos o valor dos empréstimos, que consomem cerca de 70% do orçamento da empresa, restando na conta apenas o impacto das despesas de custeio e do pagamento de impostos e dos royalties devidos aos municípios lindeiros.
Projeta-se, assim, dentro dos próximos dois anos, uma considerável sobra de recursos adicionais não só para que Itaipu siga investindo em obras estruturantes fundamentais para o desenvolvimento da região Oeste e do estado, mas também para buscar a redução da tarifa paga pelo consumidor final, objetivo que será o grande desafio da atual gestão da margem brasileira da usina, comandada pelo general João Francisco Ferreira.
Por falar nas obras financiadas com o dinheiro da hidrelétrica, as duas mais importantes estão com o cronograma bastante adiantado: a segunda ponte entre Brasil e Paraguai sobre o Rio Paraná em Foz do Iguaçu já tem completados mais de 50% de sua edificação e a restauração da BR-487 na região Noroeste do Paraná acaba de ultrapassar 30% da meta planejada.
Conhecida como Estrada Boiadeira, a rodovia, que integra o corredor da Rota Bioceânica projetada para conectar portos brasileiros no Atlântico à cidade chilena de Antofagasta no Pacífico, está ganhando pavimento asfáltico e melhorias em trechos mais antigos ao longo de 46 quilômetros, a um custo do total de 260 milhões de reais.
Desse montante, mais de 85% estão saindo dos cofres da Itaipu.
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