Data vênia
Não há termos de comparação entre os currículos do atual presidente do Supremo Tribunal Federal e do seu antecessor.
Tenha os defeitos que tiver, é inegável que o ministro Luiz Fux chegou ao STF por méritos alicerçados em longa e sólida carreira acadêmica e jurídica.
Já o colega Dias Toffoli só está lá por ter sido advogado do PT e chefiado a Advocacia Geral da União no governo Lula.
Mas em um ponto ambos estão rigorosamente nivelados: o uso descomedido dos jatinhos da Força Aérea Brasileira para viagens particulares.
Dos 23 voos que Fux fez em aviões da FAB nos primeiros três meses à frente da Corte, 21 deles foram de ida e volta nos finais de semana para o Rio de Janeiro, onde tem residência, a um custo de 315 mil reais, sem que houvesse qualquer agenda oficial a ser cumprida.
Mantendo essa média, ele vai queimar nessas mordomias aéreas, pagas obviamente pelo contribuinte, cerca de R$ 1 milhão por ano, sem contar os custos com os seguranças que o acompanham nesses deslocamentos, despesas essas mantidas em sigilo por questões de segurança.
Embora os valores não sejam significativos diante de outros casos de farra com o dinheiro público que acometem historicamente o Brasil, o problema maior aqui é o mau exemplo que uma das mais importantes autoridades da nação oferece ao cidadão de um país com 14 milhões de desempregados e grande parte da população passando fome.
É por coisas assim, somadas ao ativismo político irresponsável, sem limites e sem precedentes de seus integrantes, que mandam e desmandam, impondo seus caprichos e suas vontades aos poderes executivo e legislativo, afrontando acintosamente a Constituição que teriam o dever de proteger, que o STF perdeu o respeito de boa parte dos brasileiros.
Até onde isso vai?
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3 comentários
FRED BUENO · 26/12/2020 às 17:29
As visões cada vez menos republicanas desses Fantasmas Togados nos traz na memória que algumas insurreições tiveram bons estopims.
Como dividir com um leão faminto o bife de cada dia?
Um dia, o leão te come!
Raul Miranda · 26/12/2020 às 14:53
Trata-se da índole de muitos ou “da miserável condição humana” que, diante do poder, quase invariavelmente curva-se e sucumbe?
JOSE ALBERTO DIETRICH FILHO · 26/12/2020 às 14:30
São fatos como esses que ao longo dos anos vão se acumulando no subconsciente do povo e de repente, por um mero aumento de 0,17 centavos no transporte coletivo, explode, faz transbordar. A Revolução Francesa e também a Revolução Russa comprovam isso.