É tempo de vingança
Por duas boas razões não pode ser visto como um evento normal da campanha política a determinação do Tribunal Regional Eleitoral de mandar a polícia fazer busca e apreensão de material publicitário armazenado na residência de Sergio Moro sob a acusação de conter irregularidades.
A primeira delas, porque a justiça, além de atender prontamente, sem pestanejar, a um pedido do PT, inimigo visceral do ex-juiz desde que ele levou seus líderes ao banco dos réus pela roubalheira na Petrobras, ainda se encarregou de divulgar o procedimento com descabido estardalhaço, com a clara intenção de constranger o candidato.
A segunda, porque a decisão em si e o aparato mobilizado para cumpri-la foi absurdamente desproporcional à dimensão do suposto delito eleitoral que teria sido praticado por Moro.
Por essas e outras, a estas alturas do campeonato, ele já deve ter percebido que seus obstáculos na disputa pelo Senado não vão se resumir apenas à dura tarefa de enfrentar os adversários que concorrem à vaga.
Contando com o apoio desavergonhado de setores do judiciário, políticos processados e condenados pelo ex-magistrado na Operação Lava Jato estarão empenhados em fazer qualquer coisa para intimidá-lo e, se possível, tirá-lo do páreo.
Antes que eu esqueça: o fato que motivou a espetaculosa ação promovida pelo TRE foi a denúncia de que Moro estaria exibindo na propaganda eleitoral os nomes de seus suplentes em tamanho inferior às medidas estabelecidas na legislação.
Como se vê, um crime gravíssimo.
Definitivamente, o Brasil não é para amadores.