É mais do que justo
Com o término da construção do novo Trevo Cataratas coincidindo com a largada da campanha eleitoral, apoiadores e adversários do governador Ratinho Junior polemizam se ele teria o direito de capitalizar os dividendos políticos da conclusão da obra junto à população do Oeste do Estado, diretamente impactada por seus benefícios.
Vamos aos fatos.
Para começo de conversa, recordemos que o dinheiro investido na reformulação do entroncamento, cerca de 83 milhões de reais, não veio do caixa do Estado, mas sim da concessionária Ecocataratas em cumprimento ao acordo de leniência que a empresa firmou com o Poder Judiciário e o Ministério Público para ressarcir os cofres públicos dos desvios praticados nos esquemas de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato.
Dito isso, também é preciso lembrar que houve uma disputa acirrada por esses recursos financeiros, reivindicados por outras regiões do Paraná para obras igualmente importantes.
Ainda que o trevo, considerando sua relevância estratégica para a infraestrutura logística do Estado e do próprio país, tivesse uma indiscutível preferência dentre as diversas opções possíveis, foi necessário que o Oeste se mobilizasse fortemente para garantir sua viabilização.
Por último, no frigir dos ovos, pesou a autoridade da palavra final do governador, que resolveu a parada decidindo a favor da execução da obra em Cascavel, que há cerca de 40 anos era uma das mais reiteradas promessas não cumpridas de candidatos em tempo de eleições.
Voltando ao xis da questão: se o novo Trevo Cataratas é hoje uma realidade, devemos, sim, agradecer a Ratinho e aos líderes políticos e empresariais da região que se empenharam para efetivar sua concretização.
Reconhecimento e gratidão a quem merece não custam nada.