Presidencialismo de fachada
Vamos assistir, nas eleições deste ano, um empenho dos partidos como jamais se viu anteriormente.
Mas não é o duelo entre Bolsonaro e Lula, com a participação periférica de alguns coadjuvantes menos votados, que vem motivando uma mobilização das siglas em maior escala.
Isso acontece pela simples razão de que seus caciques já sabem, agora mais do que nunca, que a disputa que verdadeiramente importa é outra.
O real destino do país é definido na escolha dos deputados federais.
Ganhe quem ganhar o trono do Palácio do Planalto, seu ocupante nada fará se não chamá-los (e também aos senadores) para compartilhar o governo.
Justifica-se, portanto, que as agremiações políticas concentrem grandes esforços e queiram investir boa parte de seus recursos financeiros nessa batalha.
O poder emana do povo, sim, mas é exercido, de fato e de direito, e cada vez com mais protagonismo e preponderância, pelos parlamentares.
Só mandam menos que os semideuses togados do Supremo Tribunal Federal.
O presidente da República no Brasil virou praticamente uma figura decorativa.
Uma rainha da Inglaterra dos trópicos.