A revolução do plantio direto
São merecedores nesta quinta-feira (28) de todas as homenagens e do nosso mais profundo reconhecimento os homens e mulheres que fazem o Brasil ser cada vez mais respeitado no mundo.
Celebra-se hoje o Dia do Agricultor, uma data, por sinal, muito oportuna para lembrarmos que neste mês também está sendo comemorado o evento histórico que deu inestimável e decisiva contribuição para colocar a atividade rural brasileira à frente de seus principais concorrentes internacionais em índices de produtividade com menores impactos ambientais.
Estou falando do aniversário de 50 anos da introdução no Brasil do sistema de Plantio Direto, o então inovador modo de lidar com a terra que, ao lado da mecanização das lavouras, dos fertilizantes, das pesquisas e da tecnologia, foi determinante ao longo desse período para transformar o país em um dos maiores celeiros agrícolas do planeta.
Trazida dos Estados Unidos, onde começou a ser adotada na década de 1940, a prática foi implantada pioneiramente em Rolândia, no norte do Paraná, e baseia-se em três pilares: o não revolvimento do solo (restrito à linha de semeadura ou covas para mudas), a cobertura permanente do solo (plantas vivas ou palhadas) e a diversificação de plantas na rotação de cultivos.
Com suas premissas conservacionistas, o Plantio Direto, comparado a métodos que utilizam o preparo do solo, proporciona a redução da erosão hídrica e eólica das terras e da emissão de gases causadores do efeito estufa, diminui o uso de combustíveis fósseis e de agroquímicos, aumenta a infiltração da água e a eficiência dos fertilizantes aplicados e a recuperação da matéria orgânica, da biodiversidade e da resiliência do solo, permitindo o desenvolvimento de uma agricultura sustentável.
Trocando miúdos, a sustentabilidade, tão em voga na atualidade e tão imprescindível para o futuro da humanidade, já está presente no trabalho cotidiano dos nossos agricultores há meio século.
Mais que aprender, eles têm muito a nos ensinar sobre esse assunto.