Até quando seguiremos engolindo essa afronta?
Celeridade nunca foi uma virtude da justiça brasileira.
Muito pelo contrário.
Mas, nos últimos dias, estamos vendo que, quando é do seu interesse, ela é capaz de agir com espantosa rapidez.
Foi o que aconteceu com o procedimento aberto pelo Tribunal de Contas da União contra o ex-procurador da República Deltan Dallagnol para apurar a acusação de que ele, quando coordenava a Lava Jato, teria gastado verbas oficiais de maneira indevida.
Tão falsa quanto uma nota de três reais, a denúncia, fabricada por gente ligada aos saqueadores da Petrobras que agora, aproveitando-se do fim da operação, estão em busca de vingança, foi prontamente rechaçada em primeira instância na justiça paranaense e depois também no Tribunal Federal Regional de Porto Alegre.
Inconformado com as decisões que inocentaram Dallagnol, o TCU recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e eis então que, para o assombro e a inveja dos pobres mortais que costumam esperar longos anos por uma sentença naquela Corte, o ministro Humberto Martins, em apenas dois dias, determinou a continuidade da investigação.
Logo em seguida, com a mesma pressa, trabalhando em pleno sábado, o ministro Bruno Dantas, ilustre presença, por sinal, entre os ilustres comensais que prestigiaram o jantar de lançamento da candidatura de Lula, emitiu despacho pela retomada do processo no âmbito do TCU com a “máxima brevidade.”
Por trás de toda essa trama diabólica, é sabido que movimentam-se as mãos ocultas de inimigos declarados da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, liderados pelo ministro Gilmar Mendes.
Corrupção existe em todos os países, em qualquer tipo de governo.
O incomum é ver magistrados das mais altas esferas do poder judiciário, não satisfeitos em livrar da cadeia os políticos e empresários que se apropriaram do estado para roubar dinheiro público, atuarem desavergonhadamente, sem perda de tempo, para tentar punir os juízes e promotores que se atreveram a combater a bandidagem e desencorajar quem ouse fazê-lo novamente.
Isso não pode continuar. Isso tem que parar.
De um jeito ou de outro.
4 comentários
Marcus Vinicius Rocha Moreira · 01/07/2022 às 10:20
Perfeito
Marcos Villanova de Castro · 01/07/2022 às 10:16
Caio, sem dúvida isso tem que parar, não podemos continuar aceitando essas coisas pacificamente. Tá mais que na hora do cabo e o soldado pegarem seu jeep e resolverem isso.
José A Dietrich Fh · 30/06/2022 às 20:47
De um jeito ou de outro. É isso Caio
ROBERTO ANDREA MAFFESSONI · 30/06/2022 às 19:59
Tens toda razão, nosso Brasil só tem uma chance
Bolsonaro.
Se perdermos na fraude, o comunismo toma conta.
Será o caos.
N.O.M. no poder.