Ligações perigosas
Bem que o Lula vive tentando, a todo custo, se livrar do passado, mas o passado insiste em não se livrar dele.
O mais novo esqueleto a sair do armário para assombrá-lo atende pelo nome de João Muniz Leite, um contador que teve seus bens bloqueados pela justiça paulista por sólidos indícios de ser o operador de um complexo esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado.
Durante as investigações, apurou-se que o suspeito e sua mulher, somente em 2021, ganharam 55 vezes em loterias federais, uma das artimanhas mais usadas para legalizar recursos financeiros de origem ilícita.
Em uma dessas ocasiões, o casal sortudo dividiu uma bolada de 16 milhões de reais da Mega Sena com o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, morto em dezembro, que era considerado um dos principais fornecedores de entorpecentes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, a maior e mais temida facção criminosa do país.
Até aí tudo ficaria circunscrito ao noticiário policial se não fosse pelo fato de que Muniz é ninguém menos que o contador do guia iluminado do PT, para quem já fez diversas declarações de Imposto de Renda, e pelo detalhe de que seu escritório fica no mesmo endereço em que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente, mantém a sede de três de suas empresas.
Coincidências à parte, Lula não poderia ter escolhido um profissional mais bem capacitado para cuidar de sua contabilidade.
Esse tal de Muniz, pelo jeito, sabe das coisas.