Uma nação em ruínas
De todos os números que possam retratar a tragédia humanitária que assola a Venezuela, o mais dramático, porque ele acaba sendo causa e consequência de todos os outros, é a taxa desemprego.
Relatório do Fundo Monetário Internacional divulgado nesta semana prevê que a falta de trabalho deve chegar a mais de 44% da população economicamente ativa este ano e perto de 50% em 2020 – o mesmo índice registrado na Bósnia em 1996, após três e meio de guerra civil.
Seja como for, não se poderia mesmo esperar nada diferente em um país governado por uma ditadura de esquerda das mais perversas da história que vem desmantelando paulatinamente a única coisa capaz de gerar emprego em qualquer lugar do mundo: o setor produtivo.
Em entrevista publicada na mais recente edição da revista Exame, o presidente da Confederação Venezuelana da Indústria, Juan Pablo Olalquiaga, revelou que a maioria esmagadora das empresas opera no vermelho e só mantém a produção por uma expectativa de mudanças no país.
Das 13 mil indústrias que havia por lá no ano 2000, hoje restam em atividade apenas 2.500, o que se explica, conta o dirigente, pela estatização em massa realizada pelo governo ao implantar o socialismo bolivariano e pela perseguição desenfreada promovida por Chávez e Maduro contra os empresários que, em grande parte, apoiavam a oposição.
Ou seja, na ânsia de enfraquecer os adversários políticos, a dupla simplesmente destruiu a força produtiva da Venezuela.
Dono de uma indústria de produtos plásticos, Olalquiaga está operando na casa dos 93% de capacidade ociosa e acredita que sua empresa só consegue sobreviver por mais oito meses.
E conclui: “Se não houver uma mudança rápida, vamos todos desaparecer”.
Tem aí algum petista defensor do chavismo disposto a se manifestar sobre o assunto?