Madonna e a celebração da decadência moral

Pouca música e muita depravação marcaram o “show histórico”, como vem sendo saudado pela mídia o deprimente espetáculo protagonizado por Madonna e sua trupe na praia de Copacabana para encerrar a turnê que comemorou seus 40 anos de carreira.

De fato, vai ficar na história, mas pelo que ele mostrou de mais deplorável na encenação de atos de libidinagem que não ficaram devendo nada às orgias romanas.

O vasto repertório de obscenidades que desfilaram no evento incluiu simulações de masturbação, orgasmo, sexo oral, sexo anal, sexo grupal e sadomasoquismo, além de abjetos beijos lascivos trocados entre a diva e seus dançarinos, todos em trajes ínfimos, alguns até seminus.

Em certos momentos, o palco parecia ser um animadíssimo bacanal inspirado na devassidão de Sodoma e Gomorra.

Ao mesmo tempo, embalados pelo clima de perversão ditado por sua musa, inúmeros casais homossexuais não fizeram a menor cerimônia para se esfregarem e se beijarem voluptuosamente diante de milhares de crianças que, inocentemente, estavam lá apenas para ver e ouvir a rainha do pop cantar seus sucessos.

O pior de tudo foi esse circo de horrores ter sido custeado com dinheiro público (metade do cachê de 20 milhões de reais pagos à cantora saiu dos cofres da prefeitura do Rio de Janeiro) e ter entrado, pela transmissão da TV Globo, nos lares de milhões de famílias que se reuniram na noite de sábado, muitas ao lado de filhos menores, na expectativa de curtir uma bela e grandiosa exibição musical, sem imaginar que iriam assistir uma exibição de pornografia pura.

Estava ali a cara do Brasil destes tempos tenebrosos onde não existe liberdade para expressar opiniões que desagradem ao consórcio político-judicial que governa o país, mas há plena liberdade para a exaltação e a prática da libertinagem.

Como bem resumiu o jornalista Paulo Polzonoff Jr no título de sua coluna no jornal Gazeta do Povo: “Enchentes no Rio Grande do Sul e show da Madonna: o que o Brasil fez para merecer tanta desgraça?”