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Cadê o povo que votou nesse governo?

Publicado por Caio Gottlieb em

Nos tempos em que Lula seduzia as massas trabalhadoras vendendo ilusões, as celebrações do dia 1º de Maio em São Paulo expressavam a opulência da força política do PT e do movimento sindical esquerdista, berço e aliado da sigla, dominado pelos pelegos oportunistas aboletados na CUT.

Eram acontecimentos gigantescos, que reuniam dezenas de milhares de pessoas, atraídas para assistir os shows dos mais famosos artistas da MPB, regiamente remunerados com cachês milionários pagos com o imposto sindical tirado dos salários dos trabalhadores, e vibrar com as pregações demagógicas do Grande Guia, recheadas de xingamentos contra os “patrões”.

Desse cardápio, o circo promovido na última quarta-feira na capital paulista, no estacionamento do estádio do Corinthians, teve a animação musical de sempre e as mesmas cansativas estultices vociferadas pelo velho guru, mas faltou o principal: gente.

Lula ficou irado e responsabilizou ao vivo os “companheiros” que organizaram a festa pelo fracasso de público: “O ato está mal convocado”, reclamou. “Nós não fizemos o esforço necessário para trazer a quantidade de gente que era preciso trazer”.

De fato, deve ter sido decepcionante e constrangedor para ele ver-se diante de meia dúzia de gatos pingados em um evento que, todos os anos, por décadas, ficou consagrado como um momento de glória para o petismo e seus áulicos.

Mas o presidente ungido pelas urnas eletrônicas erra em buscar culpados pelo retumbante fiasco. O problema não é esse. O problema é que os tempos são outros. As relações trabalhistas sofreram grandes transformações e os empregados já não estão mais nem aí para os sindicatos, até porque não querem mais ser espoliados para enriquecer seus dirigentes.

Em suma, o mundo mudou, o Brasil mudou, e o PT segue preso a uma agenda do atraso que já não faz o menor sentido na vida contemporânea.

Além disso, depois dos escândalos de corrupção do Mensalão, do Petrolão e outros mais, Lula já não encanta mais tantos incautos como antigamente. A verdade é que o “homem mais honesto do planeta” não engana mais ninguém. A máscara caiu.

O que mais surpreende é que, enfrentando tamanha rejeição, que lhe impede até de sair às ruas sem ser estrepitosamente vaiado, ele tenha vencido nas eleições um rival que desfruta de imensa popularidade e arrasta multidões de apoiadores por onde quer que ande.

Eis aí um mistério insondável a desafiar nossa imaginação.

Categorias: OPINIÃO

1 comentário

Antonio Hernandes G. Junior · 03/05/2024 às 10:50

Sempre achei que Bolsonaro perdeu a eleição por ele mesmo e pela narrativa criada pela oposição de maneira contundente e diária.
Hoje me rendo a tese do milagre da multiplicação dos votos. Não consigo esquecer aquela frase não levada a serio por ninguém naquele momento:
(Eleição não se ganha, se toma)
É… perdemos, Manés

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