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Era uma vez uma rainha…

Publicado por Caio Gottlieb em

Se houvesse uma lista oficial de predicados exigidos para uma rainha ser digna do cargo, Elizabeth II certamente teria preenchido todos.

Nenhum outro soberano nesta era das monarquias constitucionais, não absolutistas, desempenhou a função com tamanha nobreza.

Bonita sem ter a beleza perfeita e fantasiosa das princesas dos contos de fadas, Elizabeth cultivou até seus últimos dias uma elegância natural e impecável, qualidade que, no esplendor de sua vida, se completava com o charme discreto e o sorriso cativante que fizeram dela uma das mulheres mais carismáticas da história.

Para além de todos esses atributos pessoais, Sua Majestade ainda tinha um inabalável senso de dever e responsabilidade no cumprimento do seu papel como chefe de estado.

Só esse conjunto de fatores é capaz de explicar a popularidade e a firmeza do seu longevo reinado, que atravessou guerras, crises políticas e econômicas, transformações sociais e atribulações na vida familiar, sem perder o apoio e a veneração da imensa maioria dos súditos da comunidade britânica e o respeito e a admiração do mundo.

Mesmo não chefiando o governo, missão que na monarquia parlamentarista da Inglaterra compete ao primeiro-ministro, ela soube exercer exemplarmente o chamado “soft power”, que é a habilidade de influenciar moralmente sem mandar diretamente, tornando-se figura preponderante na manutenção da estabilidade do Reino Unido, orientando e sinalizando seus caminhos.

Contudo, apesar de ter se modernizado bastante, a realeza inglesa ainda desfruta de inusitados privilégios e direitos centenários que já não fazem mais o menor sentido nos tempos atuais, se é que fizeram em épocas passadas.

Um dos mais bizarros diz respeito aos cisnes que vivem livres nas águas do país, assim como os peixes esturjões, golfinhos e baleais que habitam os mares ao redor do Reino Unido.

Há vários séculos, esses animais são considerados, ainda que simbolicamente, propriedade do monarca britânico.

Quanto aos cisnes, a propósito, todo ano eles são objeto de uma meticulosa recontagem no rio Tâmisa, uma tradição que hoje faz parte das políticas de preservação ambiental.

Um costume excêntrico que, no final das contas, acaba servindo a uma causa nobre.

Categorias: OPINIÃO

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