Acabou-se o que era doce
Respaldado pelo forte declínio no número de casos, internamentos e óbitos, o ministério da Saúde publicou nesta sexta-feira (22) a portaria de encerramento da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional instaurada em fevereiro de 2020 devido à Covid-19.
A resolução não significa que a pandemia chegou ao fim, mas reconhece que, graças à ampla cobertura vacinal, o cenário epidemiológico no Brasil está sob controle e não há mais razão para se manter as políticas e medidas especiais adotadas para combater a disseminação da doença.
Mas a decisão de encerrar a Espin no prazo de 30 dias, como prevê a norma, desagradou muitos governadores, prefeitos e secretários estaduais e municipais de saúde, que reivindicavam mais tempo para se adequar ao retorno da normalidade.
Se bem que se dependesse da vontade de uma grande parte deles a situação de emergência perduraria indefinidamente.
Sem a menor cerimônia, essa turma deitou e rolou nesses dois anos em que se dispensou a exigência de licitação para a compra de tudo o que fosse necessário para enfrentar a enfermidade.
O resultado do “liberou geral” a gente viu nos noticiários: uma epidemia de escândalos de corrupção por superfaturamento e fraudes milionárias nas aquisições de medicamentos, respiradores, máscaras, luvas, leitos, hospitais de campanha, UTIs e até materiais inservíveis e equipamentos danificados, que a CPI da Covid no Senado (lembra-se?), obcecada em criminalizar o presidente Bolsonaro, não quis investigar.
Muitos dirigentes públicos e empresários envolvidos na farra foram presos em flagrante com a mão na cumbuca, mas logo ganharam novamente as ruas para voltar aos negócios e circular por aí impunes, livres como o vírus.
Nunca antes na história deste país roubou-se tanto em nome de uma boa causa.