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Uma questão de pragmatismo

Publicado por Caio Gottlieb em

Talvez seja um tanto temerário dizer isso quando ainda faltam cinco meses para as convenções partidárias que vão oficializar as candidaturas para as próximas eleições presidenciais.

Até lá existe tempo mais do que suficiente para ocorrerem reviravoltas com potencial para botar o atual cenário de cabeça pra baixo.

Mas já são perceptíveis os primeiros sinais de desânimo nos eleitores que torciam pelo surgimento de um nome capaz de romper a sólida polarização estabelecida entre Bolsonaro e Lula.

O principal indício desse sentimento vem aparecendo em pesquisas que antes traziam o petista com certa vantagem à frente do presidente e agora mostram uma acentuada redução na diferença, especialmente nas simulações de segundo turno, onde alguns levantamentos chegam a colocá-los quase no limite do empate técnico.

Explica-se: ao constatar que nenhum dos postulantes da chamada terceira via revelou-se, por ora, competitivo a ponto de evitar o duelo da dupla, uma boa parte dos entrevistados nas sondagens que vinha assinalando preferência por essa alternativa já começou a mudar de opinião, pendendo majoritariamente para o lado de Bolsonaro.

A razão é simples: como a maioria esmagadora desse contingente é formada por eleitores que ajudaram a levar o atual mandatário à vitória em 2018, mas buscavam neste ano uma nova opção, não tem lhes restado outra saída, diante da realidade dos fatos, senão repetir o voto, já que não admitem a ideia de ver Lula de volta ao Palácio do Planalto.

Donde se conclui que, assim como aconteceu no pleito passado, o antipetismo será novamente um dos grandes cabos eleitorais de Bolsonaro.

Talvez o mais decisivo de todos.

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