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Aprendendo com a tragédia

Publicado por Caio Gottlieb em

Guerras, por mais cruéis que sejam, e todas o são, sempre oferecem valiosos ensinamentos às nações.

Para o Brasil, que não está diretamente envolvido no conflito, a absurda invasão da Ucrânia pela Rússia, uma agressão imotivada e não provocada, está mostrando de forma dramática a necessidade vital de sermos autossuficientes em matérias-primas estratégicas ou, pelo menos, de diversificarmos as fontes onde é possível obtê-las.

Embora tenha sido obrigado, pelas mais básicas razões civilizatórias e humanitárias, a condenar na ONU o covarde ataque perpetrado por Putin, o governo Bolsonaro vê-se na constrangedora situação de tentar equilibrar-se no fio da navalha com declarações ambíguas para não afrontar o autocrata russo, que pode, numa canetada, interromper o fluxo de fertilizantes que fazem do agronegócio o principal sustentáculo da economia brasileira.

Para quem talvez ainda não sabe, a Rússia é um dos maiores exportadores mundiais desses insumos essenciais para a agricultura, e vem de lá cerca de 80% do nitrogênio, do fosfato e do potássio utilizados na adubação das nossas lavouras.

É isso mesmo que você acaba de ler: somos, nesse campo, extremamente dependentes dos russos.

Cabe lembrar que durante a crise de escassez de fertilizantes que assolou o mundo no final do ano passado, a ministra Tereza Cristina foi a Moscou e empreendeu a bem-sucedida negociação que resultou na garantia de fornecimento do produto para o plantio das safras de 2022 e 2023.

Independência, meu amigo, é muito mais do que um brado heroico às margens plácidas de um riacho.

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7 comentários

Hortelino · 19/03/2022 às 10:13

Sensacional, esclarecedor e certeiro, como sempre!
Suas notas trazem um bálsamo em meio a tanta fake News e informações ambíguas e complicadas. Grato, meu caro! Há muito tempo não nos vemos.

Paulo · 08/03/2022 às 02:49

Se não tivessem fechado a fábrica de fertilizantes da Petrobrás na região de Curitiba, talvez não estivéssemos dependendo tanto dos russos.

Carlos Guedes · 02/03/2022 às 11:32

O dia em que um contrato de fertilizantes for mais importante que vidas humanas brutalmente assassinadas por este débil mental chamado de Putin … A humanidade acabou….

MARCELO · 02/03/2022 às 11:03

Creio que o pessoal tá confuso: depois de 2019 andam acreditando em norte americano de esquerda, e em um Puttin de direita.

Marcos Villanova de Castro · 02/03/2022 às 10:58

Deosdocéu…

Ler comentários que responsabilizam os USA e o “fantoche”(sic) presidente da Ucrânia pela criminosa é injustificável invasão russa é desanimador. Por mais que se possa criticar a estratégia geopolítica americana e de seus parceiros na OTAN, ela está apenas sendo usada como narrativa para justificar a invasão cujos objetivos reais são a reconstrução da união soviética, obsessão do Putin.

MARCELO · 02/03/2022 às 09:04

Que surpresa o cancelamento da entrega e suspensão da venda dos tais fertilizantes hein?

José A Dietrich F° · 01/03/2022 às 22:36

Complementando:;… Que o mundo está dividido em algumas linhas ideológicas e teorias econômicas. Basicamente em duas: a do capitalismo extremado dos EUA e o modo de viver dos russos, que FORAM comunistas até o fim da URSS. Hoje não são mais porque não há mais espaço para o comunismo. Nem a China é mais comunista. O mundo está globalizado e hoje o negócio é produzir e vender. Mas os EUA não respeitam o modo de viver dos russos e querem conquistar aquele “mercado” de mais de 200 milhões de “consumidores”. Avançam agressivamente, apoiados pela escolta armada dos EUA. A Rússia já advertiu várias vezes que não aceitará essa escolta armada no seu quintal, que é a Ucrânia. Deixem a Ucrânia como um território militarmente neutro. Eles não aceitam e se aproveitam de um presidente fantoche chamado Zelenski, que abre as portas para a entrada dos gringos. Não dá. O Putin avisou várias vezes que não aceitariam isso. Insistiram, provocaram e deu nisso. É necessário remover o fantoche Zelenski e colocar na presidência da Ucrânia uma pessoa de bem. Tudo voltaria à paz na região

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