A verdade bate à porta
Em ano de eleições, a legislação determina que todas as entidades ou empresas que realizarem pesquisas de opinião pública sobre intenção de voto em possíveis candidatos à Presidência da República precisam fazer o registro prévio no TSE.
Valendo, portanto, desde 1º de janeiro, a regra estabelece que esse procedimento tem que ocorrer até cinco dias antes da divulgação de cada estudo, devendo informar quem contratou a consulta; valor e origem dos recursos; metodologia e período de realização; e plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área geográfica do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de erro.
O cadastro deve ser feito por meio do Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais e nele também precisa ser informado o sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo; o questionário completo; e o nome de quem pagou pela produção do trabalho, com a cópia da respectiva nota fiscal.
A norma também inclui as penalidades para quem publicar estudos sem o prévio registro, tendo em vista que a difusão de pesquisa fraudulenta constitui crime.
Dito tudo isso, fica muito claro o motivo pelo qual as sondagens que começaram a sair neste ano, como num passe de mágica, já não são mais tão favoráveis a Lula e desfavoráveis a Bolsonaro como as que vinham sendo divulgadas ao longo dos últimos meses.
Trazendo otimismo para o Palácio do Planalto e acendendo a luz amarela nas hostes do PT, as novas pesquisas, agora enquadradas em diretrizes que dificultam a manipulação dos dados, já mostram a distância entre ambos diminuindo, apontando o presidente em ascensão e o ex-presidente em queda nas intenções de voto.
Aliás, o mais preocupante para o petista é que a sua taxa de rejeição, que já era alta, passou a indicar tendência de crescimento, o que, sem dúvida, combina melhor com os protestos que marcam as raras aparições dele em público, em contraste com as manifestações apaixonadas das multidões que recepcionam o rival.
Para os institutos de pesquisa, em resumo, chegou a hora de ajustar os números à realidade das ruas.