Indo em frente
Outro dia usei a metáfora do copo com água pela metade para falar sobre as reformas já realizadas e aquelas que até agora não foram concretizadas pelo atual governo.
Promovendo oposição implacável a Bolsonaro, tão ou mais abjeta do que fazem os piores detratores do presidente, a grande mídia escolheu enxergar seletivamente só aquilo que ainda não aconteceu, ignorando cinicamente que a maioria dos projetos econômicos prioritários encaminhados ao Congresso Nacional pelo ministro Paulo Guedes foi aprovada.
A metáfora vale também para o programa de privatização das estatais.
Assim como segue devendo as reformas tributária e administrativa, ninhos de vespeiro que encontram fortes resistências corporativas, o Palácio do Planalto ainda não conseguiu emplacar a venda de nenhuma empresa de controle direto, embora já esteja autorizado pelo parlamento a se desfazer da Eletrobras e continue tentando destravar a desestatização dos Correios.
Menos mal, aliás, que essas duas e muitas outras pararam de dar prejuízos bilionários ao erário público, boa parte fruto de roubalheira, cobertos depois, como sempre, com os impostos pagos pelos contribuintes.
Mas houve progressos formidáveis em outras áreas e as perspectivas para os próximos meses são as mais alvissareiras.
Dos aeroportos administrados pela Infraero, por exemplo, 22 foram repassados à iniciativa privada em 2021 e outros 16 estão prontos para ir a leilão neste ano, trazendo aos novos operadores obrigações de implantar melhorias que vão propiciar um crescimento exponencial do transporte aéreo nacional em pouco tempo.
Ainda em 2022, serão também licitadas diversas concessões de rodovias que devem resultar em mais de 60 bilhões de reais de investimentos e estão previstas para sair do papel as primeiras privatizações de portos do país.
Além do mais, não se pode esquecer de colocar na lista a aprovação do novo marco legal do saneamento, que abriu espaço para o setor privado atuar no ramo e levar os serviços de água tratada e coleta de esgotos para dezenas de milhões de brasileiros ainda não atendidos.
E some-se, ainda, a autorização para a iniciativa privada projetar, desenvolver e operar novas estradas de ferro para o transporte de cargas e passageiros, sem necessidade de licitação, que já garantiu investimentos de mais de 50 bilhões de reais ao longo dos próximos anos.
Isso é olhar para a parte cheia do copo e ver que o governo federal, saindo da gestão de negócios onde os empresários são mais eficientes e passando a concentrar os recursos públicos na educação, na saúde e na segurança, coloca o Brasil no rumo de se tornar um outro país até o final da década.
Obviamente, trata-se de uma esperança que só podemos alimentar se os brasileiros fizerem a sua parte e não elegerem governantes que defendem pautas de viés socialista, hostis ao capital privado e comprometidos com o atraso e a corrupção.
Não há outro caminho.
2 comentários
Marcos Villanova de Castro · 31/01/2022 às 20:23
Diante de todas as dificuldades que o governo Bolsonaro tem enfrentado, eu diria que uma justa avaliação verá o tal copo bem mais cheio do que vazio.
MARCELO · 31/01/2022 às 13:11
O governo está devendo é no básico, não nas pautas que sempre foram complicadas. Se lambuzar de farofa, não é nem perto estar no meio do povo.