É a guerra, com todos os seus horrores
Muitos marqueteiros estão apostando que as redes sociais, que foram as armas preponderantes para a conquista de votos na campanha de 2018, terão menor protagonismo na batalha das eleições do ano que vem.
Eles estão redondamente enganados.
Em grau muito maior do que se viu anteriormente, até mesmo porque a ciência cibernética vem dando saltos de evolução em intervalos de tempo cada vez mais curtos, o uso inteligente da tecnologia e dos dados será fator crucial nos resultados do pleito que se avizinha.
Renomado consultor especializado na área, o jornalista e publicitário Edson Barbosa escreveu em recente artigo que “a comunicação política, desde sempre, é utilizada para a corrupção do pensamento, principalmente dos setores mais vulneráveis, mas também para o progresso da consciência cidadã, naquilo que ela pode ter de mais virtuoso.”
Ou seja, como em tudo na vida, é possível utilizar o conhecimento para destruir ou construir, falseando a realidade ou afirmando proposições verdadeiras.
Sendo ainda mais didático em sua explicação, Barbosa comparou com a droga, “que tanto pode deformar o paciente, matá-lo, ou ser um paliativo e cura; depende da intenção e da dose aplicada.”
Na sua visão, “o fenômeno da tecnologia a serviço da comunicação produz um alcance exponencial da mensagem, trazendo extraordinárias possibilidades de interação entre emissor e receptor. Estamos, hoje, num patamar gigantesco de opções comunicacionais, produzindo um novo mundo e uma nova e misteriosa relação entre o real e o virtual.”
Aliás, ressalta ele, “onde o virtual é tão real quanto o real”.
Por tudo isso, enfatiza Barbosa, levará a melhor nesse campo “quem tiver mais capacidade para destruir, defender e construir reputações, pessoais e políticas. No capítulo ‘destruição’, apesar do combate às fake news, a musculatura da bandidagem ainda é enorme.”
Já para os que acreditam na comunicação propositiva, comprometida com o mundo das ideias e projetos, o autor frisa que “será necessária uma dose muito mais robusta de inteligência, dados, planejamento, criatividade, novas linguagens e meios, do que a disponibilizada nos últimos tempos.”
Concluindo, ele foi taxativo: “Se ficar na conversa mole, discursiva, envelhecida, e no voluntarismo, a turma da pá virada estará mais próxima da vitória.”.
Em resumo, quem entrar na luta terá que estar disposto a tudo para ganhar. Literalmente, a tudo.
Vai ser tiro, porrada e bomba.
Não haverá qualquer chance para os puros de coração.
2 comentários
MARCELO · 10/12/2021 às 19:01
O que houve em 2018 foi uma alucinação coletiva acerca de um pretenso mito que a realidade mostrou que nunca existiu. Ademais foi a mesma conversinha fiada do paladino da moralidade que esvaiu como fumaça em 2002 e que repetiu-se em 2018. Simples assim. O que teremos em 2022 é a realidade nua é crua de três candidatos que serão os protagonistas do pleito, mas que somando as virtudes de cada, não soma um candidato meia boca. Creio que nem o melhor dos marqueteiros consegue passar um verniz na cara de pau dos três.
Luiz Alberto Círico · 11/12/2021 às 14:23
Os três podem não dar meio, mas um deles, tem mostrado que acabar com a corrupção e fazer investimentos em infraestrutura, como rodovias, aeroportos e ferrovias, mesmo que através de concessões, coloca o país num norte de progresso, mesmo que prejudicado pela pandemia, pelo supremo, pelo senado e pelo congresso (estas três instituições não contabilizam, somando seus integrantes, um único político virtuoso). Nunca tivemos na história do Brasil alguém que teve a coragem de quebrar o sistema da corrupção comandado pelos caciques que se eternizaram e se alternaram no poder. Pode não ser um mito, mas é um patriota, um verdadeiro herói.