A hora da verdade
Pode-se, e deve-se, criticar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por suas atitudes que resvalam para o autoritarismo judicial.
E não são poucas.
Mas é preciso elogiá-lo quando ele acerta.
É o caso de sua decisão desautorizando a quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro que havia sido determinada pela CPI da Covid no último dia do espetáculo circense de baixo nível que armou picadeiro no Senado Federal por seis longos meses.
Ao desfazer uma das iniciativas ilegais mais absurdas do infamante tribunal inquisitorial liderado pelo senador Renan Calheiros e sua trupe, que pretendiam, com a medida, bisbilhotar os perfis de Bolsonaro nas redes sociais, Moraes ainda deu um duríssimo puxão de orelhas na turma.
Ressaltando que eles não tinham poderes para investigar o presidente da República, o ministro assinalou em seu despacho que a CPI ultrapassou arbitrariamente seus limites constitucionais.
E de arbitrariedades, é bom lembrar, Sua Excelência conhece tudo.
Sabe-se que comissões parlamentares de inquérito são instrumentos eminentemente políticos usados, via de regra, para desgastar adversários e fornecer palanque eleitoral para os que a comandam.
São raras aquelas que resultam em desdobramentos jurídicos com potencial para incomodar os investigados.
E quando isso ocorre, as punições acabam sendo pífias pela costumeira fragilidade das provas colhidas.
A pretensa apuração de responsabilidades por supostos erros e omissões cometidos durante a pandemia foi um claro exemplo disso.
Na ânsia de atacar e destruir o governo a qualquer custo, os senadores cometeram um vergonhoso festival de abusos de autoridade, que agora começam a ser reparados.
Vem muito mais por aí.
Quem viver, verá.
1 comentário
Sérgio Novelli · 02/12/2021 às 16:01
Chamar os deputados e senadores da CPI de trupe ou palhaços, na verdade é um baita desrespeito com os artistas circenses, Caio.
Os únicos termos a se usar para se dirigir a esses insuportáveis políticos deveriam ser: canalhas. Por que não passam disso. Verdadeiros canalhas, tão sujos quanto pau de galinheiro e que fizeram uma CPI apenas para apresentar um espetáculo indigesto ao povo brasileiro. No final das contas, essa CPI acabou em tapinhas nas costas, risos, gargalhadas e muita, mas muita pizza!