Perguntas que não querem calar
Adotem o nome que quiserem, seja quem for seu idealizador, é absolutamente necessário que, em nações com grandes desigualdades econômicas como a nossa, hajam iniciativas de transferência de recursos públicos para garantir a subsistência de famílias que vivem em situação sub-humana.
Qualquer cidadão ou cidadã com um pingo de sensibilidade social, e acredito que a esmagadora maioria da população brasileira tenha esse sentimento, apoia projetos do gênero, que já foram e ainda são usados em todo o mundo.
Porém, os programas de renda mínima não podem ser um fim em si mesmos. Eles precisam exigir contrapartidas dos beneficiados e definir claramente uma porta de saída.
É fundamental que as pessoas que recebem dinheiro do estado, proveniente dos impostos pagos por todos nós, retribuam a ajuda cumprindo deveres como, por exemplo, a manutenção dos filhos nas escolas, e sejam ao mesmo tempo impelidas a buscar qualificação profissional e emprego.
Esse é o propósito da ação: tirar o indivíduo da miséria absoluta e dar-lhe condições dignas para que consiga trabalhar e se sustentar.
Parece, no entanto, que esse objetivo não está sendo alcançado pelo Bolsa Família, que agora virou Auxílio Brasil.
Sabemos que o número de desempregados no país cresceu dramaticamente a partir dos graves erros econômicos cometidos no desastroso desgoverno de Dilma Rousseff e se acentuou ainda mais com os efeitos da pandemia, que provocou demissões em massa e o fechamento de milhares de empresas.
Não há, evidentemente, colocação para todos. Aliás, nem as nações mais desenvolvidas têm pleno emprego para suas populações.
Contudo, existe um imenso contingente de homens e mulheres que, satisfeitos com a esmola estatal, complementada por um bico aqui e outro ali, não quer mais ter a obrigação de bater ponto em um emprego formal.
Se não, como se explicam as milhares de vagas disponíveis para contratação imediata em todas as regiões do Brasil, levando as empresas a saírem às ruas desesperadamente todos os dias caçando gente disposta a preenchê-las?
Será que esses programas de ajuda, sem mecanismos de compensação, estão criando uma geração de brasileiros preguiçosos, contentes com o que ganham do governo?
Será que, ao invés de estimular as pessoas a melhorar de vida, o auxílio estatal está perpetuando-as na miséria, desprovendo-as de sonhos e ambições?
São questões para se pensar.