Há vida além das concessões
Com suas expectativas quase inteiramente voltadas para os leilões, previstos apenas para o primeiro semestre de 2022, que irão definir as novas empresas encarregadas de administrar as principais rodovias que cruzam o estado e desembolsar nos próximos anos investimentos de 44 bilhões de reais, os paranaenses ficaram tão magnetizados pelos debates e polêmicas em torno do pedágio que talvez tenham se esquecido de olhar em volta e ver que tem muita coisa já acontecendo neste momento.
Existe, sim, salvação para as estradas que não farão parte do ambicioso programa de concessões rodoviárias do Paraná, considerado o maior do país, mas que, é bom ressaltar, só começará a mostrar seus efeitos benéficos a partir de 2023.
Tanto existe que ela já está em andamento.
Envolvendo todas as regiões do estado, e constituindo-se em uma das maiores ações do gênero de sua história, um amplo programa de obras de infraestrutura vem sendo implementado pelo governo do Paraná com recursos próprios.
Estão saindo do papel duplicações, contornos, trincheiras, viadutos e conservações de estradas, além da construção de 38 novas pontes.
O pacote inclui, só para citar alguns exemplos, a primeira fase da duplicação da Rodovia dos Minérios entre Curitiba e Almirante Tamandaré; a duplicação de outro trecho da mesma PR-092 em Siqueira Campos, no Norte Pioneiro; a duplicação, no litoral, da principal via de acesso a Matinhos; a duplicação de diversos trechos da PR-323, no Noroeste, entre Paiçandu e Doutor Camargo e depois até o Rio Ivaí; a implantação de terceiras faixas entre Doutor Camargo e Iporã; contornos rodoviários, no Sudoeste, em Pato Branco e Francisco Beltrão, além da revitalização em concreto da PR-280.
Acrescente-se, ainda, os convênios com a Itaipu Binacional que estão viabilizando a pavimentação da Estrada Boiadeira, em Umuarama, a execução do Contorno Oeste em Cascavel e a construção em Foz do Iguaçu da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai.
Somando tudo beira quase 2 bilhões de reais em projetos estratégicos fundamentais para o desenvolvimento do estado.
Pena que, com raras exceções, boas notícias como essas raramente ganhem o merecido destaque nos espaços mais nobres da grande imprensa.
Não dão audiência.