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Como será o amanhã?

Publicado por Caio Gottlieb em

Chegou-se a pensar na adoção de uma tarifa de manutenção nas rodovias do Anel de Integração entre o término dos atuais contratos de concessão, no próximo dia 27 de novembro, e a conclusão do novo processo licitatório, previsto para meados de 2022, mas o Governo do Paraná e o Governo Federal já descartaram a ideia.

Diante dessa realidade, o motorista que passar pelas praças de pedágio a partir de 28 de novembro até o início dos trabalhos das futuras concessionárias encontrará as cancelas abertas e não pagará nada para trafegar pelas principais estradas do estado que estavam até então sob administração privada.

Em contrapartida, também não contará com a prestação dos serviços hoje oferecidos pelas gestoras dos trechos, como atendimento médico de emergência, socorro mecânico, paradas de descanso e informações sobre as condições das rodovias.

Fora isso, tem ainda a dúvida sobre como ficará a manutenção do leito asfáltico e dos equipamentos de sinalização das estradas, um problema que há tempos já vem despertando grandes temores no setor produtivo paranaense.

Seis meses sem conservação adequada, mais as férias de verão que, após quase dois anos de restrições devido à pandemia, certamente motivarão um forte incremento nas viagens familiares, somando-se a isso toda uma safra a ser escoada, podem formar a tempestade perfeita para levar as rodovias a uma rápida deterioração, alertam técnicos do G7, entidade que reúne as federações que representam o comércio, a indústria, a agricultura, os transportes e outros segmentos da economia estadual.

De sua parte, o governador Ratinho Junior já determinou ao DER o lançamento de edital para licitar a contratação de serviço de manutenção, orçado em mais de 135 milhões de reais, para as rodovias estaduais que compreendem o Anel de Integração até que elas sejam assumidas pela nova concessão.

Mas a maior preocupação dos empresários é com os 1,8 mil km de estradas federais, que formam a maior parte do sistema a ser leiloado no ano que vem, especialmente depois das palavras um tanto evasivas do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Feitas, acerca do assunto.

Disse ele que “as rodovias serão devolvidas pelo Paraná à União e serão administradas pelo DNIT, como as demais rodovias federais não concedidas do país, com seus programas de conservação e manutenção, respeitando a capacidade orçamentária do órgão”.

É aí que mora o perigo. Todos sabem que é dramática a escassez de recursos da União para essa finalidade.

E todos lembram do que aconteceu no Rio Grande do Sul. O período de cancelas abertas e sem manutenção das rodovias (que foram completamente abandonadas) provocou uma rápida decomposição do pavimento, resultando em graves acidentes e enormes prejuízos à produção.

E o pior, como ressalta o gerente de Assuntos Estratégicos da FIEP, João Arthur Mohr, é que os danos entrarão na conta do lance que os consórcios vão apresentar no leilão. Se tiverem que fazer um investimento imediato para recuperar a condição inicial das rodovias, os licitantes certamente vão oferecer descontos menores nas futuras tarifas”.

Enfim, o momento é de atenção.

Mesmo que não resolva nada sofrer por antecipação, é melhor conhecer e avaliar os riscos, para poder agir a tempo de evitá-los ou reduzi-los, do que ser surpreendido pelo caos.

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