Façam a sua escolha

Se existe algo em comum entre Bolsonaro e Lula é a permanente animosidade de ambos com a imprensa por serem avessos a qualquer tipo de crítica.

A única diferença que os separa nesse campo é o jeito de lidar com o problema.

Inegavelmente, o atual presidente, desde o primeiro dia do mandato, enfrenta uma dura oposição de alguns veículos da grande mídia por ter-lhes cortado boa parte das polpudas verbas publicitárias federais que recebiam dos governos anteriores, mas isso não lhe dá o direito de agredir com palavrões os repórteres que lhe fazem perguntas que o desagradam.

Seja como for, fica só nisso.

Já o ex-presidente, menos explosivo que o rival, voltou nos últimos dias a reclamar da imprensa e a pregar a necessidade de se aprovar, “de forma urgente”, a regulamentação da comunicação no Brasil, uma velha bandeira das gestões do PT.

Disse ele, em alto e bom som, em uma entrevista coletiva no Maranhão: “Ou a gente faz um novo marco regulatório para a comunicação no Brasil ou a gente vai continuar sendo vítima da espoliação de meia dúzia de famílias que manda na comunicação”.

Enfatizando mais de uma vez que “é preciso haver uma regulamentação”, o petista incluiu também na sua proposta a adoção de regras para a internet e avisou: “Quero voltar para corrigir as deficiências que não conseguimos corrigir quando era presidente”.

Resumo da ópera: Bolsonaro xinga os jornalistas; Lula quer amordaçá-los.