O dia seguinte
Agora que o Governo do Estado e a União chegaram a um acordo para o modelo da nova licitação das rodovias federais no Paraná, que exclui o pagamento de outorga e não mais impõe limite na oferta de descontos nas tarifas do pedágio, que poderão ser propostos livremente mediante aportes financeiros crescentes para cada ponto percentual de redução, constituindo uma espécie de seguro para garantir a execução das obras, as atenções do setor produtivo voltam-se para o término das atuais concessões.
Embora o governador Ratinho Junior venha reiterando que, se depender apenas da sua vontade, não irá prorrogar os contratos, a questão é que o governo federal, que tem a efetiva jurisdição sobre as estradas, ainda não disse o que pretende fazer a partir do momento em que as concessionárias encerrarem suas atividades no próximo dia 29 de novembro, considerando-se que não haverá até lá tempo hábil para levar a leilão os seis lotes do novo pacote rodoviário de mais de 3 mil quilômetros a ser entregue à iniciativa privada.
Como ficará a manutenção das vias daquela data em diante? Há dinheiro no orçamento do ministério da Infraestrutura para conservá-las em boas condições de uso? Os serviços de socorro médico, guincho e atendimento ao usuário terão continuidade?
São algumas das perguntas ainda sem respostas que começam a gerar inquietações nos meios empresariais paranaenses, temerosos de que uma demora muito prolongada do processo licitatório, sujeito a toda sorte de entraves judiciais, possa devolver as rodovias à situação caótica em que se encontravam antes de serem pedagiadas.
Conhecendo-se o estado da maioria das estradas do país que estão sob a gestão do poder público, é para preocupar mesmo.