Feito histórico
Não cometeu nenhum exagero o governador Ratinho Junior quando afirmou tratar-se da maior conquista do agronegócio paranaense nos últimos 50 anos a obtenção do certificado de “área livre de febre aftosa sem vacinação” concedido ao estado pela Organização Mundial da Saúde Animal.
Seu entusiasmo é plenamente justificado: o novo status, ao elevar e valorizar a qualidade de toda a cadeia de proteína animal do Paraná, maior produtor e exportador nacional do setor, com liderança em avicultura e piscicultura, permitirá ilimitada ampliação dos mercados internacionais para as carnes paranaenses de um modo geral.
Mas, de longe, o segmento que será mais beneficiado pelo cobiçado reconhecimento é a suinocultura, que agora passa a ter as credenciais imprescindíveis para alcançar países que, mais exigentes nas normas de sanidade, pagam melhor pelo produto, como Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul, Chile, Filipinas e México.
Ou seja, os produtores venderão volumes maiores e ainda serão mais bem remunerados.
Prevê-se que já neste ano, por conta do novo cenário, o estado deva exportar aproximadamente 145 mil toneladas, um acréscimo de 5% em relação a 2020, com faturamento ao redor de 332 milhões de dólares.
Para 2022, estima-se que as vendas externas de carne suína do Paraná atinjam a marca de 165 mil toneladas, com receita cambial de 377 milhões de dólares.
Por outro lado, a euforia de Ratinho reflete também uma vitória política pessoal: muito embora a almejada certificação seja o coroamento de mais de duas décadas de luta envolvendo órgãos públicos e entidades do setor produtivo atuando para remover entraves burocráticos, superar oposições e neutralizar interesses econômicos contrariados, nenhum outro governo abraçou a causa com tanto empenho e tanta determinação como o seu.
A César, pois, o que é de César.
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