Dos males, o maior
Com a finalidade de definir as candidaturas que poderão se apresentar para a disputa presidencial de outubro, as eleições primárias realizadas domingo (11) na Argentina serviram para dar a exata medida do desalento e da desesperança em que nossos vizinhos estão mergulhados.
Decepcionados com o presidente Mauricio Macri, que não conseguiu resolver a crise econômica, os argentinos, a julgar pelo resultado das prévias, estão dispostos a trazer de volta justamente quem os colocou no buraco: a antecessora dele, Cristina Kirchner, que, envolvida em vários casos de corrupção (é o Lula de saias), retorna à cena política como vice na chapa encabeçada por Alberto Fernández, destinado a ser um mero fantoche nas mãos dela, que é quem manda de fato no Partido Peronista, sem o qual ninguém governa (ou desgoverna) o país.
Para deixar o quadro ainda mais desolador, a diferença a favor da dupla foi tão acachapante que reduziu drasticamente as chances de recuperação de Macri, que agora corre o risco de ser derrotado já no primeiro turno.
Enquanto isso, abalada pelas graves dificuldades do momento e pelas sombrias perspectivas futuras, a economia afunda cada vez mais.
Sob o impacto do terremoto do fim de semana, que provocou uma maxidesvalorização recorde do peso frente ao dólar, a Bolsa de Valores de Buenos Aires sofreu a segunda maior queda de preços de ações de qualquer Bolsa no mundo desde 1950.
Enfim, um drama digno da letra de um bom tango.
Na Argentina, como sempre, nada é tão ruim que não possa piorar.
1 comentário
Hari · 15/08/2019 às 19:19
Sim, sempre pode piorar. E também não esquecer que o Brasil sentirá alguns respingos dessa crise, pois somos parceiros comerciais importantes.